Santa Catarina - O ano é de desafios. A Chapecoense fará sua primeira participação na Série A do Campeonato Brasileiro e terá pela frente a missão de derrubar os gigantes do futebol nacional para permanecer na elite. Para isso, o clube teve de se planejar e reestruturar os costumes de seus últimos trabalhos. Mesmo com a constante ascensão apresentada nos últimos anos, o presidente Sandro Pallaoro explicou ao O DIA como o trabalho foi traçado para esta temporada. Ele garantiu que um dos fatores mais importantes para embalar sua equipe é o apoio da torcida.
"Confiamos muito no nosso torcedor. Ele fez e sempre fará a diferença para nós. Não fico preocupado com as viagens pela boa estrutura que temos na cidade. Sei que vamos encarar desafios para nos adaptar à competição, mas estamos conscientes de que temos boas condições de fazer um grande trabalho", afirmou.
Sobre os reforços, Pallaoro explicou como realizou o processo de contratações do clube alviverde. Segundo ele, a equipe trabalhou com a presença de atletas da base no Campeonato Estadual para que outros nomes cheguem com um foco maior no Brasileirão.
"Fizemos um time menor para o Estadual, no qual seis atletas eram das divisões de base. Depois disso começamos a ver o que conseguiríamos em questão de reforços (o goleiro Lauro, os zagueiros Jailton e Neuton, o lateral-esquerdo Biro Biro, o volante Bruno Silva, o meia Camilo e atacante Alemão foram contratados recentemente). Sabemos que é um campeonato complicado, com um calendário recheado dentro de oito meses de competição. Mas acho que estamos trabalhando da melhor maneira possível", revelou.
APOSTA EM SÓCIOS E PATROCÍNIOS PARA TURBINAR ORÇAMENTO
Para traçar os melhores caminhos de trabalho em seu primeiro ano na Série A, a Chapecoense esperou todas as resoluções financeiras necessárias para orçar seu ano. Entre os projetos, uma aposta no aumento do número de sócios do clube foi visto como um possível diferencial para a estabilidade econômica.
"Criamos uma campanha de sócios para aumentar nosso número de adimplentes. Nosso objetivo era subir de oito para dez mil sócios-torcedores e assim conquistar um ainda maior aporte financeiro. Fico feliz de termos conseguido mais esse passo e sei que isso também foi muito importante para criarmos nosso paralelo", disse Pallaoro, que comentou como o poder financeiro de gigantes pode complicar a vida da Chapecoense na temporada.
"Toda a questão da diferença do orçamento para os clubes de maior expressão é o que traz um certo receio. Sabemos que não é o valor de um salário que vai mudar tudo, até por termos visto clubes que tinham quase R$ 8 milhões de folha e quase caíram para a Segunda Divisão. Então o que nos preocupa, de maneira geral, é um certo distanciamento de verbas para os demais", comentou.
Pallaoro admitiu que todo o planejamento do clube foi traçado após o acordo com novos patrocinadores e acerto de verbas para o decorrer de toda a temporada: "Traçamos um grande esquema de trabalho com a meta de conseguir permanecer na Série A. Aguardamos definições como verbas e patrocínios para começar a ver quais seriam os melhores caminhos. Conseguimos acertar parcerias com a Aurora e a Caixa Econômica e ver o que teríamos de dinheiro para a temporada".
GOVERNO INVESTE E ESTÁDIO PASSA POR REFORMA
Se a Chapecoense aposta num grande planejamento para lutar pela permanência na Série A, Sandro também ressaltou a importância de uma das parcerias feitas pelo clube visando ao campeonato. Foi graças a um investimento do governo local que a Arena Condá vem passando por reformas. A ampliação do estádio, que terá mais sete mil lugares disponíveis ( 21 mil lugares ao todo), é visto como mais um fator positivo para a equipe de Chapecó no Brasileirão.
"Vamos jogar em estádios com uma estrutura de ponta e estamos fazendo uma boa reforma também na nossa arena. Estamos construindo uma nova ala de arquibancadas, que aumentará a capacidade para 21 mil lugares, uma nova sala de imprensa e uma reestruturação geral no estádio. Uma parceria que temos com o governo municipal e estadual está nos proporcionando este grande avanço. Como é um estádio público, tivemos a sorte do Governo resolver fazer este investimento que nos ajudará demais", disse o presidente.
Além do lado positivo da reforma de seu estádio, o presidente também elogiou a presença de arenas de primeira linha nos jogos da Série A: "Vamos encontrar uma realidade bem melhor da que conhecemos. Teremos estádios de ponta, nos padrões da Copa do Mundo. Se ano passado jogamos em alguns gramados sem condições alguma, este ano sabemos que será diferente. Praticamente todos os estádios são reformados e com uma estrutura de primeira."
PARALISAÇÃO PARA A COPA LIGA ALERTA
Confiante no sucesso do planejamento para o ano especial de seu clube, Pallaoro faz um alerta quando o assunto são os 45 dias de paralisação para a realização da Copa do Mundo. Quando a questão é a maneira como o fato pode repercutir na Chapecoense, o presidente mostra certa apreensão quanto ao resultado de uma parada tão intensa no calendário.
"É uma faca de dois gumes, mas faremos uma nova avaliação geral neste período. Se não tivermos bem na competição pode ser muito bom para termos um grande tempo de trabalhar e ver se é preciso algum tipo de reforço ou mudança. Mas se conseguirmos um bom início esses 45 dias podem prejudicar a equipe por acabar quebrando a boa sequência", analisou.
Os quase dois meses parados é visto pelo mandatário como um certo exagero para o calendário nacional: "Como são poucos jogadores daqui que vão defender a Seleção, acho que poderia haver rodadas mais próximas da Copa. Mas isso é uma decisão que temos de acatar".
