Por fabio.klotz

Rio - Quando um comerciante vai mal das pernas e tenta vender uma imagem de alta qualidade e sofisticação em seus produtos, muitas vezes não consegue sobreviver porque os preços salgados limitam os consumidores. A solução óbvia é mirar na massificação e, mesmo que tudo possa virar um tumulto e até afugentar uma certa parcela do seu público, acaba se sustentando no volume das vendas. É mais ou menos isso que o Fluminense tenta fazer com essa nova fórmula de drástica redução de ingressos, ideia que, por exemplo, o Flamengo ainda não conseguiu desenvolver, talvez pelo tipo de acordo que fez com o consórcio do Maracanã.

Com preço mais barato, torcida tricolor fez festa no MaracanãDivulgação

Como se viu no jogo entre Flu e Figueirense, tivemos mais de 30 mil pessoas no estádio e vamos convir que foi um público bem acima do normal para a importância do jogo. Dias atrás, contra o Horizonte, o Flu já tinha levado muita gente ao estádio. O brasileiro que frequenta habitualmente o Maracanã não tem alto poder aquisitivo para jogos que não atraem muito, seja pelo calendário ou pela escassez de craques, além da generosa oferta das TVs a cabo. Então, a não ser por jogos decisivos ou pela Copa, sem preços módicos não há salvação.

Seriedade

O Fluminense já aprendeu a lição com o Horizonte e sabe certamente que o Tupi é até um pouco melhor do que o time cearense. Cristóvão Borges já fez a advertência de praxe, mas ele sentiu que a sua presença no clube mudou o astral e que dificilmente o Fluminense vai dar a moleza que deu no Ceará. O time tem tudo para pensar em uma boa vitória e garantir a sua classificação no primeiro jogo. Os problemas da defesa foram amenizados pela nova postura do grupo.

Uma nova cultura

Com um viés ligeiramente otimista, pode-se dizer que as novas arenas irão trazer uma nova cultura de comportamento e de fiscalização do torcedor em relação aos infratores que vão apenas para causar tumultos. Na primeira rodada, já se viu em dois estádios a revolta dos espectadores que identificaram os desequilibrados que jogaram garrafas de plásticos na direção dos bandeiras. Com a autuação dos culpados, evita-se a punição ao time da casa e vai se inibir muito esse tipo de atitude.

Jogo de xadrez

O Chelsea foi a Madri para não perder e, se possível, não levar gol. Conseguiu as duas coisas e ficou em situação muito boa para a classificação. Não chegou a ser uma surpresa, apesar do excelente momento do líder espanhol. O Chelsea tem um bom time, Mourinho é excelente técnico, apesar das críticas que recebe, e sob o ponto de vista técnico, o Chelsea não é inferior. Jogou na retranca porque lhe interessava, mas na Inglaterra será outro jogo, aberto para qualquer resultado.

Caldo fervente

Vagner Mancini continua impressionado com a falta de ânimo do Botafogo e, mesmo que lamente os salários atrasados, garante que não vai permitir displicência sob o seu comando. Se for o caso, barra qualquer um e assume as consequências, se for o caso com a própria saída. São dias de tormenta no Botafogo, que parece carente de uma diretoria competente no futebol. Se não houver paciência e mínima adesão dos jogadores, o caldo vai ferver, derramar e queimar muita gente.

Ameaça dupla na Libertadores

O Cruzeiro já começou mal ao empatar em casa com o Cerro Porteño, mas Grêmio e Atlético-MG que ponham as barbas de molho. O Galo de Autuori é menos criativo e ofensivo do que na época de Cuca e joga nesta quarta-feira contra um time veloz e perigoso como o Atlético Nacional. O Grêmio tem obstáculo também difícil diante do San Lorenzo e precisa reeditar seu bom começo na competição.

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