Por rafael.arantes

Mato Grosso - Quando derrotou o Vasco na segunda rodada da Série B o Luverdense marcou um momento especial na Arena Pantanal. Ao fazer o primeiro gol da partida, o clube marcou também o feito no estádio da Copa do Mundo. O gol de Reinaldo foi o primeiro a balançar a rede da nova arena e o veterano atacante será homenageado pelo Governo de Mato Grosso pelo marco especial.

A sensação de fazer gols é sempre ótima, mas Reinaldo admite que desta vez foi bem diferente. Além de voltar a marcar contra o Vasco, maior rival da época em que atuou no Flamengo, o jogador registrou seu nome na história de um dos grandes investimentos do país. Mesmo buscando descartar o rótulo de carrasco, o atacante garantiu que o momento teve um gostinho especial.

"Sempre é bom fazer gol, mas como fui criado no Flamengo a gente desde pequeno tem isso de rivalizar com o Vasco. Mas quando vira profissional isso acaba porque nunca se sabe o dia de amanhã. Foi uma emoção indescritível. Eu senti nesse jogo a mesma emoção que eu tive quando eu fiz meu primeiro gol com a camisa do Flamengo, contra o Penãrol, em 99. Fazer um gol desses, no país que vai ser sede de uma Copa do Mundo e num estádio do Mundial, e saber que eu vou ganhar uma placa por ter feito um gol contra o Vasco, é para poucos", comentou.

Além do gol na Arena Pantanal, Reinaldo também guarda a boa estrutura do estádio como um dos pontos altos do confronto do último final de semana. O alerta, no entanto, fica pelos problemas que ainda existem no lado externo do palco da Copa. O atacante acredita que o ritmo de preparação para o Mundial será bastante corrido.

"Na parte de dentro está bom. Gramado, arquibancada, vestiário... tudo beleza! Na parte de fora que é o problema. Ainda tem muito entulho e obras. Eles vão ter que correr para entregar no prazo. Eu não esperava que estivesse assim (com obras), mas a festa da torcida foi muito boa e passou por cima disso tudo", analisou.

ATACANTE PEDE INVESTIMENTOS DOS CLUBES LOCAIS

Depois de atuar no futebol de países como França, China e Japão e defender clubes dos grandes cenários do futebol brasileiro, como Rio e São Paulo, Reinaldo tem uma missão diferente. Recém-chegado ao Luverdense, o jogador está disputando a Série B, mas garante que o desafio não é dos mais complicados. O jogador afirmou que o futebol do Mato Grosso não possui a famosa carência financeira, mas diz que o que falta para os clubes locais é um maior investimento por parte dos dirigentes.

Reinaldo posa ao lado de Maicon Gaúcho; Dirigente foi o responsável pela contrataçãoDivulgação

"Dinheiro aqui não falta, o que pode melhorar é que os dirigentes podem investir mais em jogadores. Isso dá mídia e patrocinador para o time. O Mixto, Cuiabá e o Luverdense têm grana para isso. Falta só essa coisa do dirigente saber que o dinheiro que ele investe em jogador hoje vai dar retorno daqui a quatro ou seis meses. Mas eles ainda pecam nisso, mas a tendência é que mudem essa ideia", disse Reinaldo, que descartou qualquer tipo de precariedade no futebol local.

"Futebol é universal, na China que eu achei que ia ser ruim, eu me surpreendi. Foi um dos melhores lugares que eu trabalhei, aqui foi a mesma coisa. O pessoal da comissão técnica é jovem e conversa bastante com os jogadores. Eles querem saber se o treino está puxado e tudo mais. A dificuldade, no início, foi o clima. É muito quente e seco, até para quem é do Rio como eu, mas fora isso foi tudo tranquilo", acrescentou.

O convite para chegar ao time do Luverdense, no entanto, não foi surpresa. A oportunidade surgiu através de um amigo da época de Flamengo e, que agora, exerce uma função administrativa na equipe do Mato Grosso. O desejo de Reinaldo é colaborar para uma evolução ainda maior do clube.

"Eu joguei com o Maicon Gaúcho (atual diretor executivo do time) na base do Flamengo e a gente era muito amigo na época. Ele me chamou para assumir esse desafio, e eu aceitei. Achei interessante. Estou numa idade que não quero ficar batendo cabeça com clube que não paga, aqui eles cumprem os compromissos. Nossa ideia inicial é se manter na Série B nesse ano. Time que sobe tem que pensar primeiro nisso. Mas se a gente ficar, ano que vem vamos vir melhor ainda. Pessoal está fazendo um CT novo aqui, então a tendência é que melhore ainda mais nossas condições para brigar por títulos".

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