Por bernardo.argento

Rio - Ser mãe de um lutador de MMA não é tarefa simples. Imagina de dois? Sofrimento dobrado, mas, também, orgulho quadruplicado após as vitórias. Dona Marina Correia, 64 anos, é daquelas que lambe a cria e não se limita a amar apenas os cinco filhos, entre eles Minotauro e Minotouro. A baiana de Vitória da Conquista, radicada há 23 anos na Flórida (EUA), adotou quatro sobrinhos, após a morte da irmã, em 1979, e abraçou os atletas da Team Nogueira, filhos emprestados. Devido à distância, passará o Dia das Mães longe da família, mas, em pensamento, estará ao lado dos gêmeos Rodrigo e Rogério, de 37.

“Sofro muito. Principalmente quando o Rodrigo luta. Ele já teve muitos problemas. Vai ser difícil ficar longe nesta data, mas em junho estarei no Brasil para ver a Copa e ficarei uns dias com eles”, frisa Dona Marina, formada em Educação Física e proprietária de uma clínica de acupuntura, em Pompano Beach.

Mãe de Minotauro e Minotouro vai passar o dia das mães longe dos filhos arquivo pessoal

EXEMPLO, DE CABELO BRANCO

Citado como causador dos cabelos brancos da mãezona, o peso-pesado Minotauro reconhece a dívida com Dona Marina. Derrotado por Roy Nelson por nocaute fulminante, em abril, ele diz que evita passar detalhes dos combates para não deixá-la preocupada.

“Ela não assiste às lutas, fica nervosa. Costuma ver depois, quando já sabe o resultado. Minha mãe é um exemplo. Foi ótima para nós. Queria estar com ela”, diz Rodrigo, completando que já tem o presente ideal: “Um dia de spa, com massagem, tratamento de pele e essas coisas que ela adora (risos).”

Ninguém melhor que Dona Marina para falar das feras. Ela lançou, no fim de 2013, o livro ‘Meus filhos, Minotauro e Minotouro — Lenda e superação’. Publicação que lembra histórias, como o atropelamento sofrido por Rodrigo, aos 11 anos, e quando Rogério largou a faculdade de Direito para se dedicar à luta. Passagens marcantes.

“Minha mãe me apoiou, ela sabia que eu amava lutar. Mas acho que eu ter prometido que voltaria à faculdade em dois anos ajudou a convencê-la”, brinca Rogério. O meio-pesado pega Anthony Johnson, dia 26 de julho.

Devota de São Jorge e pagadora de promessas no Senhor do Bonfim, em Salvador, Marina pede sempre proteção aos filhos. Essa talvez seja a explicação para que Rodrigo, às vezes, pareça indestrutível: “Não peço que eles vençam, peço que não se machuquem. Já está bom demais”. Oração de mãe sempre funciona.

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