Rio - Sem a menor necessidade, a diretoria do Flamengo comportou-se da pior forma possível ao demitir Jayme de Almeida. Já era um equívoco a sua substituição, mas ninguém discutiria o direito do clube. Como pode, porém, gente que veio com propósitos de renovação nas áreas profissional e ética, se comportar de forma tão abjeta e calhorda? Não é à toa que nomes ilustres da história rubro-negra como Júnior, Zico e Leandro revelaram indignação. Será que houve preconceito pela origem modesta de Jayme, por ele ser considerado um nome pouco ilustre?
Dá para se desconfiar de tudo e ainda mais: se houve decisão de um jeito tão primário, o que pode se esperar em outras áreas de atuação? Se essa diretoria já tinha dado alguns passos à frente, recuou muitos de forma assustadora. E pior é que contou com a colaboração de outro treinador, Ney Franco, boa pessoa e profissional conceituado, mas que não mostrou a menor solidariedade de classe ao entrar em negociações antes da saída de Jayme. Enfim, vivemos mesmo tempos de caos.
UMA NOVIDADE
Nessa lista suplementar de Felipão, quase todos os jogadores chamados estavam cotados para a convocação como Cavalieri, Rafinha, Miranda, Filipe Luís, Lucas Leiva e Lucas. Talvez, a pequena surpresa tenha sido Alan Kardec, promovido a grande craque em São Paulo nos últimos tempos. Tudo bem, mas se houver algum problema com um atacante, Kardec será a opção e ele não inspira confiança. Foi a única convocação que parece ter um componente político.
BOM TESTE
Após a estrepitosa goleada no Criciúma, o Botafogo tem a chance de confirmar sua recuperação contra um time mais forte — o Goiás. E com boa vantagem, mesmo com mando de campo do adversário, vai jogar em Juiz de Fora, cidade perto do Rio e que tem considerável contingente de alvinegros. Se mantiver a postura e a determinação, fará bom jogo, com grandes chances de subir mais na tabela. Olho em Sheik, referência do time, e no garoto Daniel.
TUDO É POSSÍVEL
Com a interrupção do Brasileiro e a Copa do Mundo no meio, é pouco recomendável fazer previsões sobre a competição nacional, especular sobre a saída de jogadores ou nova formação dos times. Fala-se muito das dificuldades de se manter Fred em caso de êxito no Mundial, mas nem ele parece muito animado. O Botafogo poderá até lucrar com o seu outro jogador de seleção, o uruguaio Lodeiro, que tem mais prestígio do que bola. Teremos muitos desfalques pela frente.
ETERNO
O presidente ‘eterno’ do Flu, Francisco Horta, deu depoimento para a posteridade ontem no Museu da Imagem com a presença de ilustres tricolores, ex-jogadores de vários clubes, como Marco Antonio e Roberto Miranda, e gente ligada a diferentes áreas.Lembrou as deliciosas histórias da ‘Máquina’ tricolor dos anos 70 e da histórica entrevista ao JB, em 77, quando pediu a volta dos militares aos quartéis. Horta é exemplo de dirigente apaixonado que não existe mais.
ÚLTIMA CHANCE DO FUTEBOL BRASILEIRO
É bom o Cruzeiro, do técnico Marcelo Oliveira, caprichar logo mais porque, do contrário, após muitos anos, será a primeira vez que o futebol brasileiro não passará das quartas de final na Libertadores. As chances são razoáveis, mas não será fácil bater o San Lorenzo por dois gols de diferença. É preciso cuidado com os contra-ataques argentinos, pois, se levar gol, o Cruzeiro ficará na pior. Se passar, o caminho será mais fácil.