Por rafael.arantes

Rio - Sem a menor necessidade, a diretoria do Flamengo comportou-se da pior forma possível ao demitir Jayme de Almeida. Já era um equívoco a sua substituição, mas ninguém discutiria o direito do clube. Como pode, porém, gente que veio com propósitos de renovação nas áreas profissional e ética, se comportar de forma tão abjeta e calhorda? Não é à toa que nomes ilustres da história rubro-negra como Júnior, Zico e Leandro revelaram indignação. Será que houve preconceito pela origem modesta de Jayme, por ele ser considerado um nome pouco ilustre?

Dá para se desconfiar de tudo e ainda mais: se houve decisão de um jeito tão primário, o que pode se esperar em outras áreas de atuação? Se essa diretoria já tinha dado alguns passos à frente, recuou muitos de forma assustadora. E pior é que contou com a colaboração de outro treinador, Ney Franco, boa pessoa e profissional conceituado, mas que não mostrou a menor solidariedade de classe ao entrar em negociações antes da saída de Jayme. Enfim, vivemos mesmo tempos de caos.

Contratação de Ney Franco gerou polêmica no FlaCarlos Mesquita / Agência O DIA

UMA NOVIDADE

Nessa lista suplementar de Felipão, quase todos os jogadores chamados estavam cotados para a convocação como Cavalieri, Rafinha, Miranda, Filipe Luís, Lucas Leiva e Lucas. Talvez, a pequena surpresa tenha sido Alan Kardec, promovido a grande craque em São Paulo nos últimos tempos. Tudo bem, mas se houver algum problema com um atacante, Kardec será a opção e ele não inspira confiança. Foi a única convocação que parece ter um componente político.

BOM TESTE

Após a estrepitosa goleada no Criciúma, o Botafogo tem a chance de confirmar sua recuperação contra um time mais forte — o Goiás. E com boa vantagem, mesmo com mando de campo do adversário, vai jogar em Juiz de Fora, cidade perto do Rio e que tem considerável contingente de alvinegros. Se mantiver a postura e a determinação, fará bom jogo, com grandes chances de subir mais na tabela. Olho em Sheik, referência do time, e no garoto Daniel.

TUDO É POSSÍVEL

Com a interrupção do Brasileiro e a Copa do Mundo no meio, é pouco recomendável fazer previsões sobre a competição nacional, especular sobre a saída de jogadores ou nova formação dos times. Fala-se muito das dificuldades de se manter Fred em caso de êxito no Mundial, mas nem ele parece muito animado. O Botafogo poderá até lucrar com o seu outro jogador de seleção, o uruguaio Lodeiro, que tem mais prestígio do que bola. Teremos muitos desfalques pela frente.

ETERNO

O presidente ‘eterno’ do Flu, Francisco Horta, deu depoimento para a posteridade ontem no Museu da Imagem com a presença de ilustres tricolores, ex-jogadores de vários clubes, como Marco Antonio e Roberto Miranda, e gente ligada a diferentes áreas.Lembrou as deliciosas histórias da ‘Máquina’ tricolor dos anos 70 e da histórica entrevista ao JB, em 77, quando pediu a volta dos militares aos quartéis. Horta é exemplo de dirigente apaixonado que não existe mais.

ÚLTIMA CHANCE DO FUTEBOL BRASILEIRO

É bom o Cruzeiro, do técnico Marcelo Oliveira, caprichar logo mais porque, do contrário, após muitos anos, será a primeira vez que o futebol brasileiro não passará das quartas de final na Libertadores. As chances são razoáveis, mas não será fácil bater o San Lorenzo por dois gols de diferença. É preciso cuidado com os contra-ataques argentinos, pois, se levar gol, o Cruzeiro ficará na pior. Se passar, o caminho será mais fácil.

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