Por pedro.logato

Rio - O fenômeno é quase mundial porque são raros os jogadores, mesmo nos principais times europeus, que encantam pela habilidade, refinamento, elegância, passes e lançamentos perfeitos. Tudo bem que também eram poucos em outros tempos, mas agora são bem menos. E por isso foi um prazer reencontrar o estilo de Ganso contra o Flamengo. Ele joga fácil. Pena que tenha atravessado longa fase negativa por variadas razões e não se cuidasse para voltar a jogar bem desde o ano passado porque Felipão o teria convocado.

Ganso em plena forma seria titular — a sua bola é superior à de Oscar. Paciência, cada um esgrima o seu destino. No futebol brasileiro, os outros que têm belo estilo na posição são estrangeiros e só um deles brilha muito — Conca, alma do Fluminense. Valdivia tem classe, mas se perde na quizumba ou na preguiça, e D’Alessandro é irregular. Não há outro brasileiro que possa lembrar Gérson e Didi e aí está um pouco do drama do nosso atual futebol.

Paulo Henrique Ganso comemora seu gol aos 22 minutos do primeiro tempoMárcio Mercante / Agência O Dia

A DITADORA

A Fifa continua com exigências radicais e impondo a sua vontade mundo afora como se fosse uma república de ditadores. Pior é que com dois pesos e duas medidas, pois, se não proíbe que atletas convocados para a Copa joguem a decisão da Liga dos Campeões, sábado, dia 24, por que estabelece o dia 21 para os outros? É um pouco demais que os sul-americanos não possam atuar pelo menos até domingo com jogadores da Seleção. Lesões podem ocorrer a qualquer momento.

QUE LENTIDÃO!

A mesma Fifa de Joseph Blatter, ditadora e lenta em suas tomadas de posição e que levou décadas para mudar pontos fundamentais do futebol, deixou para as federações europeias a palavra final sobre o uso do chip na bola para dirimir dúvidas decisivas. Os alemães não aceitaram e por isso pagaram o mico com o prejuízo terrível para o Borussia e para a credibilidade do esporte. Esse era o tipo de decisão que deveria ser obrigatória para uniformizar o acerto e a evolução.

BOA PEDIDA

o Fluminense tenta, com razoáveis chances de êxito, trazer Wellington Nem de volta. É o tipo de jogador que tem espaço em qualquer time grande do Brasil porque possui três importantes qualidades: velocidade, bom drible e capacidade de conclusão, que inclui ótimas assistências. Já se deu muito bem com Fred e viveu a melhor fase desse grupo. Se vier mesmo, o Flu vira o maior candidato ao título do Brasileiro. E poderá até compensar uma possível saída de Fred.

O DESMONTE

O Botafogo está em um mato sem cachorro pela impossibilidade de bons reforços a curto prazo. Os melhores vão sair por negociações inadiáveis, por convocações e há também o desgaste dos veteranos. Bolívar (foto) e Sheik, por exemplo, são dedicados e ainda têm qualidade, mas não suportarão maratona de 38 jogos e Copa do Brasil. Os reservas são um horror. E Carlos Alberto não inspira confiança. Depender de nomes como Airton, André Bahia, Wallyson e Ferreyra é dose para mamute.

APROVAÇÃO DO JEITINHO BRASILEIRO NA ABERTURA DO ITAQUERÃO

Para alguns cartolas que estavam no Itaquerão, o estádio foi aprovado, houve bonita festa (até certo ponto) do torcedor e estamos prontos para a estreia. Mas não foi bem assim. A parte da tecnologia não está pronta, acessos são precários e saídas de emergência estão bloqueadas. Os serviços foram deficientes, e por aí vai. Claro que se faz um jogo e, pelos nossos padrões, tudo certo. Mas longe do que foi projetado e prometido. A Copa vai sair, mas no padrão verde e amarelo.

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