Por pedro.logato

Rio - Com a formação completa, que brilhou na Copa das Confederações, o Brasil faz o seu último amistoso antes da Copa sob as bênçãos gerais. Os jogadores estão na pilha, Felipão coerente com as suas ideias e o seu esquema e a torcida nem tem razões para contestar essa formação titular ou o sistema de jogo que parece equilibrado entre a marcação rígida e o compromisso com o ataque. Não abre mão do espírito ofensivo do futebol brasileiro mas também não é romântico a ponto de tratar a defesa como fator secundário.

O time da Sérvia é forte, competitivo e deverá ser útil em duas frentes: escola europeia, semelhante ao do co-irmão Croácia e a vocação para marcar com muita aplicação, sem caracterizar exatamente uma retranca. A plateia de São Paulo é exigente e pode não ter paciência para uma demora no acerto do time. Mas isso é até bom porque cria um clima de competição. Neymar tem a atenção geral, mas Oscar deve uma atuação melhor e é possível que Paulinho dê movimentação melhor ao meio-campo. Há boas razões para se assistir a esse amistoso já com os olhos do Mundial.

Fred e Neymar são as principais esperanças de gols para o BrasilEfe

SOBRESSALTOS

É inacreditável mas, a uma semana da Copa do Mundo, o Itaquerão dá mostras de que está inacabado e que o jogo de estreia entre Brasil e Croácia vai ocorrer, com vários gatilhos, dentro do muitas vezes nefasto jeitinho brasileiro.Se não houver nenhum acidente já estaremos no lucro. E, de quebra, sem redundância, quebra- quebra na estação de metrô de Itaquera como protesto por atrasos, falsas prioridades ou seja lá o que for. Seja o que Deus quiser.

GRANDEZA

Esquecendo as dúvidas e os problemas da Copa, os números envolvidos impressionam e distanciam cada vez mais aquele torneio prestigiado dos anos 50 e 60 do mega-espetáculo dos dias de hoje. São mais de três milhões de torcedores nos estádios, lucro da Fifa de Blatter de 4,5 bilhões de euros, um público de TV que vai superar 2 bilhões e times milionários cujos jogadores somam, em cada uma das principais seleções, valores que variam de 400 a 700 milhões de euros.

ALTOS E BAIXOS

Nos últimos amistosos antes da Copa, Uruguai, Argentina e Chile (além do Brasil) se saíram bem. Conseguiram se poupar e mostrar parte de sua força. Messi evitou divididas e funcionou mais como articulador de jogadas com classe e o Chile mostrou que Vidal está muito bem, Valdivia joga mais com a camisa da sua seleção e Alexis Sanchez e Vargas formam boa dupla. Espanha e Holanda que se cuidem. Itália e Inglaterra estiveram mal, mas jogam muito mais.

CLARO RECESSO

Com a concorrência da Copa, o cinema e outras formas de espetáculo se retraem e as boa atrações escasseiam. O documentário sobre Tim Lopes é uma bela pedida e faz justa homenagem ao nosso saudoso companheiro que nos honrou trabalhando aqui em O DIA. O filme sobre Lech Walesa brilha desde a semana passada e é um excepcional documento histórico do mestre Wajda sobre parte de sua vida.E, também em continuação, boa sugestão é o filme norueguês ‘Oslo, 31 de agosto’.

O RISCO DE CONTUSÃO ESTÁ EM TODO LUGAR

Felipão - não se sabe se por um certo charme - diz que não queria o amistoso de hoje tão perto da estreia na Copa pelo pouco tempo de recuperação para uma possível lesão, ainda mais contra um adversário de certa força. Mas ele se contradiz porque já afirmou várias vezes que não é hora de ficar fugindo de riscos. Talvez a parte mais interessante do seu chororô tenha sido dizer que a CBF empurrou goela abaixo esse jogo em São Paulo. Até ele teve que engolir!

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