Por pedro.logato

Rio - O Dunga que apareceu nesta terça-feira na coletiva fez força para parecer mais dócil, mais elegante e mais atualizado na evolução do futebol. É até possível que ele melhore seu relacionamento com a mídia e o torcedor, porque repetir a dose seria suicídio, ainda mais depois da fase ríspida de Felipão.

Tudo isso, no entanto, cai para plano secundário porque interessa é saber quais as propostas para o novo futebol brasileiro.Ninguém pretende milagres da noite para o dia até porque há uma carência de bons jogadores. Dunga, no entanto, limitou-se a elogiar os alemães, a se referir obviamente ao trabalho de muitos anos feito por lá e chegou a uma conclusão tão antiga quanto óbvia.

O objetivo é o futebol total, compacto na defesa e no ataque o tempo todo mas isso continua,para quase todo o mundo,um ideal inatingível. A questão da renovação ficou muito obscura porque Dunga nem irá trabalhar na Seleção olímpica, que deverá ficar com o bravo Gallo. Enfim, o samba de uma Seleção meio doida.

Dunga está de volta à seleção brasileiraCarlos Moraes

PATOTA

Claro que em qualquer grupo de trabalho a tendência é se aproximar dos amigos e, se eles forem competentes, tem-se uma ótima fórmula. Mas, agora, o pessoal exagerou. Marín trouxe Del Nero, os dois indicaram o amigo dos bastidores Gilmar para supervisionar o futebol e o ex-goleiro e empresário não se esqueceu de 94, quando firmou sólida amizade com Dunga. Todos estão juntos e confiam nos outros. Mas certamente eles estão longe de serem os melhores em suas funções.

SEM RUMO

O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, sempre pareceu sincero ao dizer que o seu objetivo é tornar o clube moderno, vencedor e ético. Mas as coisas não estão encaixando porque, ao lado de um saneamento parcial das finanças, o futebol tem sido entregue a pessoas inexperientes ou sem competência. Bandeira ficou enredado pela teia de intrigas e vaidades que domina a Gávea há décadas.Enfrenta uma situação grave, não esperava por isso e está sem rumo.

JOGO DURO

O Vasco ainda continua afogado no tumulto eleitoral e na Série B faz uma campanha fraca, abaixo de suas possibilidades. Por isso, a Copa do Brasil surge como chance única para justificar o ano e faturar um pouco. Em jogo mata-mata, o fator emocional vai pesar muito e fundamental será fazer gol em Campinas. Sem Pedro Ken, o time fica fragilizado na parte tática e vai depender muito de nomes como Douglas, Fabrício e Kleber. A entrada de Aranda deixa tudo muito duvidoso.

Vasco volta aos gramados pela Copa do BrailDivulgação

O MELHOR TIME

Jefferson, Lucas, Bolívar, Dória e Júlio César; Airton, Gabriel, Bolatti e Carlos Alberto; Sheik e Zeballos. Pode parecer incrível, mas esse é o melhor time que Mancini pode escalar no momento no Botafogo e que deverá jogar domingo, contra o Fla.

Há raros destaques, muitos pontos fracos e é um time que, motivado, salários em dia, não deve cair. Mas, em crise e com desarmonia, realçará toda a sua fragilidade. É a mais fraca formação da Era Maurício, uma saideira bem ruinzinha.

MUITAS DÚVIDAS SOBRE WALTER E FRED

A torcida do Fluminense está ligeiramente inquieta com algumas dúvidas em torno de duas de suas pérolas. Walter emagrece bem, mas, ao mesmo tempo, nessa retomada pós-Copa, joga um futebol comum, sem aquela força de antes. Será preciso engordar ou o problema é outro? Quanto a Fred, ninguém sabe o prazo para que ele se recobre do grande fiasco e volte ao normal. Daquele Fred com a Amarelinha todos querem esquecer.

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