Rio - Já repararam como há aparentes coincidências e pontos convergentes que unem as contratações de Dunga para a Seleção e Vanderlei para o Flamengo? Ambos estavam desempregados e já tiveram experiências anteriores no mesmo contexto. Saíram acusados de muita coisa e culpados por fracassos mas, agora, surpreendentemente, voltam como salvadores e com apoio de uma parcela da torcida.
Certamente nada ou muito pouco vai mudar na estrutura do futebol das duas instituições mas é possível que, a curto prazo, com todos em uma zona de conforto, as mudanças surtam algum efeito até aparecer o desgaste e a crise. Os cartolas vivem de ciclos, se preservam, apoiam até certo ponto e depois os entregam às feras.
Mas os treinadores não podem reclamar porque está bom para eles, o grupo é quase sempre o mesmo, os mais conhecidos são milionários e não se importam em ficar meses ou até anos desempregados. Pena que, nessa roda viva de cartas marcadas, o futebol brasileiro vai definhando.
BOAS LEMBRANÇAS
Apesar de todas as restrições a Dunga, foram boas as lembranças de Mauro Silva, e, principalmente, Taffarel. Mauro sempre teve uma boa leitura do futebol, pode ser muito útil e Taffarel deixou uma bela imagem de profissional e não apenas como um magnífico goleiro que disputou três Copas.
Ele tem experiência na sua área específica de atuação, mas ajuda também com o seu carisma e os bons fluidos de quem foi tetracampeão. São figuras que projetam alto astral.
MINAS NO ALTO
Cruzeiro e Atlético-MG atravessam uma fase muito boa há algum tempo e o futebol mineiro comemora porque, em pouco tempo, foram conquistadas duas Libertadores, um Brasileiro, e, agora, a Recopa Sul-Americana.
O Galo fez uma partida emocionante com o Lanús, ganhou por 4 a 3 e levou o caneco em um Mineirão lotado. E nem dá para provocar muito os cruzeirenses que, além de campeões brasileiros, são os atuais líderes com o melhor futebol do país.
BOLA DENTRO
Depois do fiasco na volta à Série B, o Vasco deu uma dentro com a categórica vitória sobre a Ponte em Campinas, pela Copa do Brasil. Jogando fora e já fazendo dois gols de diferença, o Vasco está praticamente nas oitavas e mostrou alguma evolução tática, porque segurou a Ponte na hora certa e atacou quando podia, aproveitando as suas chances.
O time deve evoluir, Kleber vai melhorar, mas a dúvida é saber até que ponto o time poderá resistir no mata-mata mais qualificado.
HORA DO CINEMÃO
Em matéria de bom gosto e qualidade, o cinema europeu domina, até pela exagerada preocupação industrial dos americanos. Mas há exceções e esse novo ‘Planeta dos macacos — o confronto’, de Matt Reeves, promete qualidade com um roteiro bem amarrado e efeitos especiais revolucionários e não gratuitos.
É uma franquia simpática. Uma boa pedida é o inglês ‘Apenas uma chance’, de David Frankel, sobre o vencedor de um concurso de novos talentos.
A REZA DO PAPA FOI MAIS FORTE DO QUE O ESPERADO
O San Lorenzo, com apenas um jogo, praticamente garantiu presença na final da Libertadores. Jogando um futebol ao mesmo tempo eficiente e talentoso, arrasou o Bolívar por 5 a 0, dando um pontapé no problema da altitude porque em La Paz bastará se concentrar na defesa e esperar o tempo passar.
Na final, o adversário deverá ser o Nacional do Paraguai e tudo indica que o San Lorenzo vai completar o ciclo portenho porque é ainda o único grande clube argentino a não ter conquistado a Libertadores.