Por edsel.britto
A bela Djenifer é uma das revelações da SeleçãoCarlos Moraes / Agência O Dia

Rio - A paixão pela bola surgiu em diferentes cantos do Brasil, da cidadezinha catarinense de Ibicaré ao subúrbio carioca de Oswaldo Cruz. Mas elas se uniram com muito em comum. Convocadas para a Seleção sub-20, compartilham o amor pelo futebol, o sonho de chegar à Seleção principal e, quem sabe, disputar os Jogos de 2016. Juntas, também ganharam a missão de defender o país no Mundial da categoria, a partir de terça-feira, no Canadá. A estreia será contra a China, em Edmonton.

O desafio não será nada fácil. No Grupo da Morte, o Brasil terá pela frente, além da China, a Alemanha e os EUA.Das 21 escolhidas, 14 estavam na conquista invicta do Sul- Americano sub-20, no Uruguai, em janeiro. Entre elas, a volante Djenifer Becker. A bela lourinha, que veio de Ibicaré (SC), tem a veterana Formiga, com cinco participações olímpicas, como referência na posição. “É o maior exemplo, uma excelente jogadora”, diz Djenifer, que começou no futsal em sua cidade e, de lá, foi para Caçador.

Com passagem pela Seleção sub-17, ela viveu um drama às vésperas do Sul-Americano sub-20, ao se lesionar na reta final de preparação: “Chorei bastante. Pensei em ficar fora da competição”. Depois de muito tratamento, voltou ao time antes do previsto e fez três gols no torneio. “Fizeram mágica comigo”, brinca.

Observadas por Vadão
Durante a preparação do time sub-20 em Pinheiral, até semana passada, Djenifer e suas companheiras foram vistas de perto por Vadão, técnico da Seleção principal e da olímpica. Ganhar uma chance com ele está nos planos das meninas. “É um sonho, mas temos que trabalhar duro. A maioria já está no último ano da sub-20”, comenta Djenifer.

Fora dos gramados, ela admite ser vaidosa e não dispensa cuidados com a beleza. “Acho bom para mostrar que não somos só um monte de meninas no campo correndo atrás da bola. Somos mulheres também. Fora de campo, tem que cuidar, né?”, defende Djenifer, que não sentiu preconceito por seguir no futebol: “Tem menina que sofreu, até por ter não ter o apoio da família, mas comigo não teve.”

No gol, cuca fresca para o terceiro Mundial

Aos 19 anos, a goleira Letícia Izidoro, de 1,74m, se sente mais tranquila para disputar sua terceira Copa. Criada em Oswaldo Cruz, onde começou a jogar bola com os meninos, ela já disputou o Mundial pela Seleção sub-17 e pela sub-20. “Chego com um pouco mais de experiência, do que deu certo e do que não deu para acertar”, diz.

No Canadá, Letícia não teme o Grupo da Morte: “É difícil, mas é o que a gente diz: quem quer ser campeão não escolhe adversário.”

A goleira Leticia Izidoro é uma aposta para chegar ao time principalCarlos Moraes / Agência O Dia

Com carreira promissora, Letícia já esteve na Seleção principal. “É bem bacana porque você aprende com a vivência das meninas”, conta, sonhando em ser convocada em 2016: “É um privilégio ter tido Vadão nos conhecendo melhor. É lógico que sonhamos com a Olimpíada.”

À frente da equipe desde maio, Doriva encara desafio

Pouco tempo à frente da Seleção feminina sub-20 — assumiu em maio —, o técnico Doriva Bueno já enfrenta o desafio de um Mundial. “Encaro com a maior naturalidade. Temos que estar prontos para desenvolver um bom trabalho. A gente sente das jogadoras um entendimento de jogo e isso nos dá otimismo para chegar forte”, afirmou Doriva.

Confiante no desempenho do Brasil, mesmo numa chave difícil, Doriva pensa numa etapa de cada vez: “Nossa primeira meta é passar da fase de grupos. Estamos num grupo difícil, com equipes de tradição, mas se jogarmos de forma organizada, temos chances”.

A seleção brasileira feminina sub-20 irá disputar no Canadá o Mundial da categoriaCarlos Moraes / Agência O Dia

Doriva vê na sua equipe atletas com potencial para a Seleção principal: “A dois anos da Olimpíada, o fato de o Vadão ter estado com a gente foi importante porque, amanhã, elas podem estar no time de cima.”

* Colaborou a estagiária Luisa Caruso

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