Por edsel.britto

Rio - A decisão de Cristóvão Borges — se confirmada — de manter o esquema tático e os mesmos jogadores das recentes vitórias é acertada e só pode ser alterada, mesmo assim eventualmente, se surgirem problemas. Fred foi meio atropelado no processo, um pouco também pelo seu próprio estilo de jogo, sem mobilidade.

Pelo menos por enquanto, é melhor manter a movimentação e a compactação do que fazer toda a armação trabalhar em função de Fred. E há também a parte técnica que conta. Se ele estivesse em fase esplendorosa, talvez nem houvesse espaço para essa nova formação. Mas, vindo de longa má fase, nem há o que discutir. É melhor, para ele mesmo, ficar no banco, voltar aos poucos e na hora certa.

O Fluminense terá certamente o apoio de uma grande torcida, é o favorito do jogo e o único carioca em condições de empolgar a torcida. O Goiás é muito bom, faz uma campanha surpreendente, está a dois pontos do G-4 e se não tem grandes recursos técnicos no elenco, joga também em um esquema moderno e veloz com muito compromisso dos seus jogadores. Não veio para ser campeão, mas para lutar por uma bela colocação.

Cristóvão Borges acerta em manter o mesmo esquema tático no time do FluminenseAndré Luiz Mello

Punições

Não se deve discutir muito o eventual rigor nas punições do STJD a clubes e jogadores pelas mais variadas infrações. O problema é o tipo de punição que vem sendo utilizada. Agora foi a vez de o Goiás perder mandos de campo pelo comportamento da torcida e o Vasco, mal acabou de sofrer um longo gancho, já está ameaçado de outro, depois das bombas detonadas em São Januário quarta-feira. Perda de mando ou estádio vazio não resolve. Há punições mais adequadas.

Os pescadores

Há uma certa oposição no Botafogo que parece só se sentir bem com o caos ou as piores crises, embora os seus principais integrantes tenham participado de todo o processo nos últimos anos. Os chamados ‘pescadores de águas turvas’ agora vão pedir o ‘impeachment’ do presidente, o que não leva a nada porque aprofundaria o drama, não teria embasamento jurídico e perderia o sentido a quatro meses das eleições. O candidato meio neutro de Montenegro é quem deverá levar.

Mesmice

A diretoria do Flamengo ainda causa muitas dúvidas sobre o seu grau de modernidade. Muitos dos seus integrantes vieram do mercado financeiro e garantiam que logo equacionariam o problema financeiro, mas já se fala de salários atrasados, novos empréstimos, adiantamento da TV, mais ou menos a mesma rotina dos clubes brasileiros. Para não falar das várias contratações que causaram inchaço da folha de pagamento. Até a construção de um novo estádio voltou à tona.

Para confirmar

O Flamengo faz péssima campanha no Brasileiro e, principalmente nos jogos fora, a coisa fica bem feia, ao ponto de, até agora, não ter marcado sequer um gol sem o mando. Domingo passado, no entanto, viu-se um time de Vanderlei mais disposto, renovado e é possível esperar uma atuação mais compatível com a camisa rubro-negra. A Chapecoense é um time limitado, mas bem armado. Se quiser emplacar duas vitórias seguidas, o Flamengo precisará mostrar maior evolução.

Esse vexame jamais será esquecido

Os manuais de psicologia explicam bem o mecanismo de supressão na mente humana de acontecimentos traumáticos e dolorosos. Por isso, quando Felipão e Parreira acham que a goleada para a Alemanha foi apenas uma pane de seis minutos e já passou, dá até para entender esse mecanismo de esquecimento.

Só que, se por um lado, isso é até saudável para que eles não fiquem neuróticos e sigam as suas vidas, por outro qualquer criança sabe que aquele massacre será inesquecível. E, por mais que eles sejam bons profissionais, não irão apagar o péssimo trabalho na Copa.

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