Por fabio.klotz

Rio - Com a experiência de quem jogou três Mundiais (1994, 1998 e 2002), o ex-jogador Rogério, de 43 anos, acompanha com otimismo a preparação do Brasil para a Copa do Mundo, a partir do dia 30, na Espanha. Ele comentou para a TV Globo a vitória da Seleção sobre a Argentina, pelo Super Desafio BRA.

"Eu estou bem confiante. É uma Seleção com muito potencial. Os jogadores estão numa fase muito boa da carreira e têm experiência", destaca Rogério.

Rogério em ação no Mundial de 2002Arquivo

Para ele, o fato de o Brasil ir ao Mundial graças a um convite, depois do fracasso na Copa América, tem um lado positivo: "A forma como Brasil entrou serve para mexer com o brio. Isso acaba virando uma motivação interessante. Se olhar pelos valores individuais, temos uma Seleção poderosa. Se mantiver o foco na preparação, pode ir longe."

O ex-ala enaltece um ponto forte do time comandado por Rubén Magnano: o poderio brasileiro no garrafão.

"Se olhar e perceber a força que temos com nossos pivôs, o Magnano pode forçar o jogo embaixo da cesta, pela qualidade, estatura e protagonismo dos pivôs, mas o basquete é feito de variedade de ações ofensivas, de intercalar jogo interno e externo. Se o rival fechar a defesa, os arremessos vão acontecer com mais liberdade", analisa.

Rogério relembra a época em que jogou Mundial e faz um paralelo de sua geração com a atual: "Jogar Mundial é um momento muito importante. Quem teve a oportunidade sabe o quanto isso traz de bagagem para um jogador. Os três Mundiais que disputei foram em altíssimo nível. Nossa Seleção, que não tinha muitos jogadores que atuavam na Europa, sentiu falta de intercâmbio contra as grandes potências. Isso pesou para não conseguir bons resultados. Hoje temos jogadores com essa bagagem internacional, algo que conta muito. Mundial é o ápice da carreira. Olimpíada, então, nem se fala, mas é mais complicado de jogar."

Glórias no Vasco

O histórico de Rogério dispensa comentários. Além de anos defendendo a seleção brasileira, ele brilhou com as camisas de Franca, Universo e Vasco. O ex-ala se anima com a tentativa do Gigante da Colina de voltar ao cenário nacional do basquete.

Rogério guarda com carinho a época em que defendeu o VascoArquivo

"Tudo em prol do basquete, como forma de crescimento da modalidade, é importante resgatar. Não só o Vasco, como outros times para o basquete voltar a ter equipes de ponta e tradição no cenário nacional. Fiquei feliz por ver o Vasco de volta", disse Rogério.

Com a camisa do Vasco, Rogério conquistou títulos brasileiros e sul-americanos. Ele não se esquece dos tempos de glórias do time: "Não sei nem explicar como foi espetacular aquele momento. Ganhamos praticamente tudo num curto espaço de tempo. Foi muito marcante. Se tirar a NBA, fomos campeões mundiais. Ganhamos do campeão da Europa e da Oceania. Não é fácil. E tudo isso em curto espaço de tempo", recorda Rogério, lembrando o McDonald’s Championship, equivalente a um Mundial - o clube perdeu a final para o San Antonio Spurs.

Multicampeão no cenário nacional, Rogério vê com bons olhos a fase do basquete nacional com o NBB. Ele faz elogios à Liga que organiza o principal torneio do país.

"Eu vejo um momento muito bom, de crescimento, de reestruturação. A Liga está se profissionalizando, dá para ver pelo equilíbrio dos últimos campeonatos. Pelo que estou acompanhando da movimentação dos times, o NBB vai continuar equilibrado. O Flamengo conseguiu manter uma equipe de ponta, mas daqui a pouco vai ser incomodado por times como Bauru e outras equipes. O mais importante é ter uma organização muito forte para atrair público, investidor e estruturar a modalidade", afirmou.

Desafio no 3x3

Rogério topou o desafio e se "aventurou" no basquete 3x3 e foi campeão da Copa América com a camisa do Brasil. Ele aprovou a experiência e projeta a consolidação da modalidade.

No basquete 3x3, Rogério conquistou o título da Copa AméricaGaspar Nobrega / Divulgação/ Inovafoto

"Foi muito bacana. Eu nunca tinha jogado 3x3. Apesar de ser basquete, tem questões diferentes. A bola é menor. Os pontos de referência mudam. Eu vejo de forma positiva. Assim como o vôlei fez, criando o vôlei de praia, o basquete 3x3 pode ser um braço do basquete de quadra. É a bola da vez da Fiba, com chance de ser olímpico", encerra.

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