Rio - Não seria absurdo dizer que, mesmo para quem não é torcedor do Fluminense, é um prazer acompanhar o time jogar, vencer e também mostrar um futebol de primeira, bonito, ofensivo, envolvente. Mesmo levando-se em conta que o América-RN tem uma equipe fraca, isso importa pouco porque o domínio tricolor foi enorme e o adversário acabou envolvido.
Cristóvão Borges ensaiou as experiências táticas que quis, poupou os jogadores mais vulneráveis, começou com Fred e mostrou que até ele, tão congelado na Copa, pode se adaptar ao novo esquema. O Fred que se viu em Natal tinha mobilidade, boa colocação e participou de várias jogadas. Vemos um Flu unido, compacto, com múltiplas possibilidades técnicas e táticas e pronto para brigar pelos títulos da Copa do Brasil e do Brasileiro.
No sábado, haverá um jogo aparentemente fácil contra o Coritiba. Mas em futebol ninguém vence de véspera e qualquer jogo envolve um risco mínimo. O Flu deve vencer, assim como é certo que o Maracanã receberá excelente público, mesmo no horário ingrato de 21h. O Flu merece.
ESPASMO
Houve quem celebrasse alguma mudança no novo calendário divulgado pela CBF. No máximo, houve só um espasmo, um leve tremor. Os clubes só ganharam mais tempo para a pré-temporada. De resto, os regionais com duração exagerada e, depois, o longo Brasileiro junto com Copa do Brasil, Libertadores e Sul-Americana. A coisa piora com Copa América, Eliminatórias e amistosos, principalmente porque não haverá rodada em dias em que a Seleção jogar. Pouca data e muito jogo.
O COMETA
Jogador bom de bola emplaca com rapidez, mesmo que enfrente problemas. É o caso de Cícero que, desde a volta ao Flu, mostrou um futebol de primeira que possibilitou dinamizar o esquema de Cristóvão e caiu como uma luva para ajudar Conca na armação.Além de fazer gols e mostrar muita qualidade, como se viu na vitória em Natal. Já se fala até em seleção brasileira para Cícero. Exagero? Pode ser, mas ele começa a representar uma possível renovação.
ABENÇOADO
O San Lorenzo se aproxima do seu primeiro título na Libertadores e certamente o ‘Nuevo Gasómetro’ será pequeno para receber a sua torcida quarta-feira, na decisão contra o Nacional, do Paraguai. No primeiro jogo, o time argentino segurou bem o entusiasmo do adversário, fez um gol, mas, nos últimos minutos, levou o empate. Deixou escapar no último lance, no gol de Santa Cruz. Ainda assim, bela vantagem para o título, time superior e... do Papa Francisco.
NA ESTRADA
Os filmes de estrada, os ‘road movies’, quase sempre são bons e já criaram uma certa tradição no cinema. Os australianos são mestres e esta semana há um filme violento e amargo que chega coberto de elogios: ‘The rover — a caçada’, com Guy Pearce, que andava meio sumido, e o recente vampiro Robert Pattinson. Das continuações, vale uma olhada no cinema argentino. Rola ‘O estudante’, que fala da luta estudantil contra a ditadura, temperada por algum romantismo.
A METRALHADORA DO QUASE SENADOR ROMÁRIO
Pelo quadro eleitoral já definido, as opções do eleitor são escassas e pouco animadoras, incluindo os cargos majoritários. No caso do Senado, só mesmo um terremoto para evitar a eleição de Romário, que tem popularidade, lidera as pesquisas e faz campanha milionária. Ele não precisa mais de dinheiro na vida nem de tenebrosas transações. Por isso, pode utilizar a privilegiada tribuna para continuar denunciando as falcatruas e os desmandos da CBF, por exemplo. Já faria mais do que muitos por aí.
