Rio - As exibições de Vasco, Flamengo e Botafogo no meio de semana pela Copa do Brasil foram indignas das suas tradições, resultado direto da crise profissional e ética que atravessam e do próprio futebol do Rio. O Vasco está conflagrado pelas eleições próximas e o elenco, desequilibrado e mesmo com nomes experientes, não decola. Só descola irritação. O Flamengo saiu do auge da crise com Vanderlei mas os problemas continuam por lá e o alcance da reação é pequeno.
A derrota um tanto patética diante do fraco Coritiba resultou de uma decisão errada do treinador que não deveria ter a palavra final sobre o assunto. O Flamengo não precisava abandonar a Copa do Brasil para evitar a degola no Brasileiro. O caso mais grave é o do Botafogo, que vive problema de salários, uma séria desagregação interna e tem um elenco de baixo nível que não renderia nem no melhor dos mundos. A exibição contra o misto do Ceará foi mais uma vergonha histórica, uma humilhação que o Botafogo parece se acostumar a sofrer.
ACABOU MAL
O Fluminense tinha tudo para vencer com folgas o Goiás e fazer uma diferença de gols que garantiria praticamente sua classificação na Sul-Americana. Fez um bom primeiro tempo com Conca brilhando e Edson oportunista com dois gols.Na fase final tudo mudou.O Flu quis administrar, mas ficou com dez jogadores com a expulsão de Kléber. No fim, caiu na defesa.Não adiantou porque o Goiás fez um gol nos acréscimos e, agora, só precisará vencer por 1 a 0 no Serra Dourada.
O ANJO SALVADOR
A atuação de Jefferson contra o Ceará foi uma das mais espetaculares dos últimos tempos e certamente evitou uma goleada do adversário. Mas foi triste ver um goleiro do seu porte, o melhor do Brasil, em um time sem alma, sem compromisso e disperso. Ele foi exposto ao ridículo, mas sobreviveu à possibilidade. Se as coisas não mudarem, Jefferson corre o risco de ver o Botafogo rebaixado e dificilmente ficará no clube, apesar de sua dedicação e das juras de amor.
NORDESTE FORTE
Nesse início da Copa do Brasil e até um pouco na Série B,o Nordeste tenta melhorar o status do seu futebol, se não com um primor de técnica, mas com esforço, um sistema tático compacto e um invejável preparo físico que, por exemplo,os times do Rio não têm. O Ceará eliminou o Inter em dois jogos marcando cinco gols, está no G-4 da Série B e agora atropelou o Botafogo com vários reservas. O América-RN humilhou o Flu, detonou o Atlético-PR e o Vasco que se cuide com o ABC.
MAGIA NA TELA
Tem filme novo de Woody Allen e é festa do cinema e alegria do cinéfilo. Agora no seu 44º filme — ‘Magia ao luar’ — tudo se passa na Riviera Francesa com o encanto do cenário, os sortilégios do amor e música de tirar o fôlego. O astro é o excelente Colin Firth. Além dele, a musa Scarlett Johansson bate ponto em cultuado filme de Luc Besson — ‘Lucy’ —, ao lado de Morgan Freeman. Ainda há, no circuito de arte, ‘Meteora’, drama religioso grego de Spiros Stathoulopoulos.
O HERÓI IMPROVÁVEL NO GOL E A REGRA BURRA DO FUTEBOL
Os tradicionalistas do futebol acham que as suas regras devem permanecer imutáveis porque são a essência do esporte mais popular. É uma meia verdade, mas não se pode exagerar. Agora mesmo, o búlgaro Cosmin Roti virou herói porque deu uma de goleiro, que fora expulso, defendeu dois pênaltis e classificou o time na Liga dos Campeões da Europa. Já é hora de se permitir a substituição do goleiro em qualquer circunstância.
