Por pedro.logato

Rio - O futebol é uma paixão nacional que ultrapassa fronteiras. É esse sentimento que faz com que palmeirenses se reúnam no terraço de uma casa em Vila Isabel, para torcer pela time do coração. Muitos deles, curiosamente, são cariocas. Nem mesmo a má fase do time no Campeonato Brasileiro, em pleno ano do Centenário, desanima os torcedores, que se encontraram neste sábado, quatro dias após o clube comemorar os 100 anos de fundação.

"Eu sou palmeirense. Sofri com os times, já vi times pífios, já vi ser rebaixado duas vezes. Mas isso é apenas um mero detalhe e nada do que está acontecendo hoje ou que possa acontecer no futuro, eu vou continuar palmeirense. Tenho uma filha de 10 anos que, apesar de ser carioca, estou batalhando para que ela torça para o Palmeiras", disse o carioca Rafael Oliveira, que explicou um pouco da 'família palmeirense' no Rio.

Grupo se reúne para assistir jogos dos PalmeirasRodrigo Hang

"Eu já sabia que tinha muito paulista no Rio de Janeiro, mas não esperava ter tanto palmeirense carioca. Esse é um espaço que sempre desejamos ser, é espetacular. São pessoas de outros lugares que temos no mesmo espaço e todos com a mesma ideologia futebolística, que é o Palmeiras. É um lugar ímpar, diferente de qualquer outro barzinho. Somos uma grande família", comentou.

O grupo tem um 'presidente': Rubens de Carvalho, de 28 anos. Ele, criado em Santa Cruz, diz que torcer para o Palmeiras é como um casamento e que esse o conquistou quando tinha apenas sete anos de idade. Principal organizador dos encontros da torcida, Rubens começou a acompanhar o grupo na conquista da Copa do Brasil de 2012, quando ele e mais de 200 palmeirenses comemoraram o título parando o trânsito da Avenida Atlântica, em Copacabana.

"Eu acompanho esse pessoal bacana desde a Copa do Brasil de 2012. Eram mais de 200 pessoas, em Copacabana. Fechamos a Avenida Atlântica para comemorar o título da Copa do Brasil. Surgiu a necessidade de abrigar um espaço para todo mundo e conseguimos esse em Vila Isabel, no terraço do Sr. Samuel, e temos que agradecer a ele. Vila Isabel é o melhor lugar para todos", revelou Rubens, que brincou com a torcida do Botafogo

"É importante ter um lugar para receber tanta gente, porque eu até diria que a torcida do Palmeiras no Rio chega quase ao mesmo número do Botafogo", garantiu.

Trio carioca explicou a paixão pelo clube paulistaRodrigo Hang

Outro torcedor nascido no Rio de Janeiro e fanático pelo Palmeiras é Anderson Matoso. O Verdão o arrebatou de 1989 para 1990, pela sua torcida. Aos 30 anos, ele aponta duas equipes como as maiores que viu jogar.

"O time que mais gostei, pelo futebol que tinha, foi o de 1996 (campeão paulista com incríveis 102 gols marcados). Mas o time que eu mais acompanhei, indo aos jogos, foi o de 1999, que venceu a Libertadores, time do Felipão", revelou, para em seguida citar seus maiores ídolos.

"Edmundo e Marcos. O Edmundo subia no alambrado, ficava perto da gente, pulava como um doido. Já o Marcos, por ser um símbolo. Deixou de ganhar milhões no Arsenal (após o pentacampeonato mundial do Brasil) para disputar a Série B pelo Palmeiras. Isso aí é um amor que ninguém tem igual", concluiu.

A turma de palmeirense que se encontram em Vila Isabel também tem, obviamente, paulista. A paixão pelo clube, para Leila Brotto, começou ainda com sua família, da cidade de Serra Negra, de colônia italiana. Ela, que mora no Rio de Janeiro há cinco anos, conheceu os adeptos do Alviverde também durante a Copa do Brasil de 2012.

"O Palmeiras está no meu sangue por causa da minha família. Eu conheci o grupo de palmeirense na época do título e, desde então, faço parte dele. Quando estou com eles, é como se estivesse com a minha família, pelo fato de todos serem torcedores do Palmeiras", concluiu.


Reportagem de Rodrigo Hang

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