Por fabio.klotz

Rio - Depois do inacreditável vexame na Copa, qualquer avanço da Seleção seria recebido com boa vontade e não há dúvida de que duas vitórias na nova Era Dunga caíram bem. Além disso, os jogadores mostraram empenho, evidentes preocupações de fechar espaços e tentaram superar dificuldades, como a falta de criatividade no meio-campo e as deficiências ofensivas, eventualmente compensadas pelo talento do único craque - Neymar.

Após jogada ensaiada%2C Willian tocou na saída do goleiro para fazer o gol da vitória do BrasilUSA Today Sports

O gol diante do Equador, em um joguinho bem morno, foi quase uma dádiva pela beleza de seu passe e a conclusão precisa de Willian. Há boas chances de evolução, quando todos ficarem à vontade, houver maior entrosamento e os novos que chegarem não se sentirem tão estranhos no ninho. Quem mais preocupa é Tardelli que, outra vez, mostrou-se muito tímido. E há um problema sério também na lateral direita. Os remanescentes da Copa pareceram constrangidos e só o tempo poderá descolá-los um pouco daquele dia fatídico. Só o tempo vai amenizar a dor.

Ainda Maicon

Esse caso do corte de Maicon, pela repercussão e pelo significado, ainda vai continuar um bom tempo como sinal da nova Era Dunga. O jogador pisou na bola claramente, mas a forma de cortá-lo foi precipitada e causou mal-estar porque não haveria o mesmo tratamento se o jogador fosse Neymar ou até mesmo um Thiago Silva ou David Luiz. Há certa imaturidade no comando da Seleção, embora não se possa permitir privilégios e indisciplina explícita.

No sufoco

Se o Fluminense perdesse o jogo em Floripa, seria uma tremenda injustiça porque a pressão foi intensa em boa parte do tempo, com muitas chances desperdiçadas. O Figueirense é bem armado, jogou no contra-ataque, mas depois caiu na defesa e mais ainda quando ficou reduzido a dez. Mesmo após a expulsão de Bruno, o jogo era mais dos tricolores. Ainda que longe de suas melhores atuações e só com Cícero e Conca em um brilho eventual, o Flu foi razoável e mereceu o empate dramático.

A briga dos preços

Dois cartolas do Flamengo estão batendo cabeça para defender as suas teses em relação aos preços dos ingressos no Maracanã. Wrobel, do futebol, quer estádio cheio com preços baixos sempre, enquanto o colega do marketing, Eduardo Baptista, prefere trabalhar com menos gente no estádio e valores altos. Talvez a solução esteja no meio-termo, variando de acordo com a importância do jogo, mas, a princípio, pelo perfil rubro-negro, é sempre melhor a casa cheia.

Saudade imensa

Muita gente foi a General Severiano, terça, para o lançamento do curioso livro de Paulo César Guimarães "O jogo do senta", que provoca o Flamengo como precursor do chororô, celebrizado pelofogo Bota na decisão da Taça GB de 2008. Para além da boa e velha rivalidade, o que se sentia no histórico varandão do clube, entre torcedores, jornalistas e dirigentes, era temor pelo futuro e saudade dos tempos gloriosos de Nilton Santos, Garrincha, Jairzinho e Maurício, o herói de 1989, que lá estava.

O basquete não merecia sair com um apagão

O que mais incomodou depois da sova (84 a 56) que o nosso basquete levou da Sérvia na Copa do Mundo foi a reiteração da palavra apagão, de triste memória no futebol, para explicar o fracasso. Os jogadores naufragaram nos dois quartos finais, e os sérvios obtiveram diferenças humilhantes. Faltaram concentração, marcação, personalidade, tudo o que a seleção brasileira mostrara anteriormente. Houve grande evolução, mas falta estabilidade.

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