Por fabio.klotz

Rio - A pancada de 7 a 1 sofrida pela Seleção para a Alemanha, na Copa do Mundo, ecoa no meio do futebol e nos corredores da academia. A goleada virou "case" nas aulas ministradas por Alexey Dantas, advogado e professor de graduação e pós-graduação de cursos nas áreas de marketing, direito e gestão esportiva na Trevisan. Para ele, a renovação em campo deve ser acompanhada de reformulação filosófica na CBF. Um caminho que, segundo o também consultor, começou com dois passos em falso: Dunga e Gilmar Rinaldi, contratados como treinador e coordenador, respectivamente.

Na avaliação de Alexey Dantas%2C o fracasso da Seleção na Copa é apenas a ponta do icebergVitor Machado

“O futebol brasileiro parou no tempo. Estamos pelo menos dez anos atrasados. Desde 2002, o que foi feito em termos estruturais? A Alemanha construiu mais de cem campos, com menos de um décimo do nosso território. Tem que haver investimento na base. A CBF e as federações precisam ser parceiras do clube”, analisou.

O profissionalismo é apontado como o caminho para a reforma: “A CBF tem que ter um conselho de administração, metas e objetivos claros de curto, médio e longo prazos. Acho que ao Gilmar falta experiência em gestão esportiva. E é muito desagradável e delicado ele ter sido empresário de jogador. A escolha dele foi um erro de gestão”, afirmou Dantas, que criticou a condução do caso Maicon.

Ao olhar o futebol com lupa científica, Dantas enxerga a Seleção como a ponta do iceberg. Para ele, o desastre em casa foi consequência de anos de falta de planejamento. Reformar o calendário brasileiro, criar um novo modelo de divisão de cotas de televisão, fortalecer os clubes e investir nas categorias de base são questões essenciais para que o futebol nacional se solidifique, de acordo com o professor, que é membro da Comissão de Direito Desportivo da OAB.

“Os estaduais precisam ser mais enxutos e atraentes. As categorias de base têm que se preocupar em formar atletas e cidadãos. Defendo uma divisão das cotas de TV baseada em ranqueamento esportivo, presença de torcida nos estádios, cumprimento das obrigações fiscais e tributárias e, por último, a venda de pay-per-view e audiência na TV”, diz.

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