Por fabio.klotz

Rio - É impressionante o que aconteceu com o Botafogo esse ano. Em 2013 foi campeão carioca, tinha um craque como Seedorf, fez a sua melhor campanha no Brasileiro desde 1995, ficou no G-4 e conseguiu ir à Libertadores. Em 2014, tudo degringolou. Há muita coisa de podre encoberta por falsas aparências. O time perdeu os melhores jogadores, contratou um técnico inexperiente como Eduardo Hungaro e só houve decisões equivocadas, como escalar reservas no Estadual. O resultado foi o pior na história do clube nos Cariocas, além da participação melancólica na Libertadores.

Emerson Sheik foi afastado pelo Botafogo no mais recente capítulo da crise alvinegraAndré Mourão

O pior viria depois, com salários atrasados, calote nos impostos, história nebulosa de patrocínio com uma empresa da família do presidente, contratações suspeitas e progressivo abandono do futebol, que culminou com a demissão absurda de jogadores importantes e que exerciam liderança. Só não afastaram Jefferson por falta de coragem. O clube está hoje na rabeira, terá de vencer seis dos 12 jogos que faltam para não cair e ninguém acredita nisso. O pior é que os cartolas sempre passam, mas o Botafogo fica.

Virtual campeão

O Cruzeiro praticamente liquidou o Brasileiro com 12 rodadas de antecedência. Se não pelos números, pela lógica - ninguém crê que o Inter vá tirar nove pontos ou o São Paulo, dez. Pelo contrário, o provável é que a distância aumente e o time estrelado seja bicampeão com recorde de pontos em relação ao segundo colocado. Resultado de sua política acertada no futebol, de um competente treinador e de bons jogadores. Não é um timaço, mas, disparado, o melhor elenco.

Previsível

O Cruzeiro ganhou o jogo de sábado na fase inicial, com mais confiança. Com domínio no meio-campo e oportunismo no ataque poderia até ter ido além dos dois gols. Nem precisava sofrer no fim se Willian não perdesse pênalti de forma bisonha. Mas, mesmo quando surgem dificuldades, a defesa garante, Fábio segura e a torcida faz seu papel. O Inter se esforçou, mas não deu. É incrível como Marcelo Moreno fatura quase sempre e Egídio, mal no Fla, funciona no Cruzeiro.

Má fase

Cristóvão Borges lembra certos candidatos nas eleições que, depois de uma fase de alta, desandam a cometer equívocos e desabam. No começo do Brasileiro, foi elogiado pelo esquema ofensivo e móvel, com Sobis como centroavante que permitia grandes lances ao lado de Cícero e Conca. Mas, de repente, com a volta de Fred, tudo piorou. A defesa voltou a falhar, Sobis e Cícero se apagaram e o próprio treinador faz substituições discutíveis como tirar Conca em Brasília. O que se passa?

Treino de luxo

Já classificada, a seleção feminina de vôlei se deu ao luxo de colocar na quadra reservas que brilharam contra as também reservas americanas. O time mostrou calma, algum entrosamento e disputou a partida ponto a ponto, mas quase sempre na frente, com destaque para Tandara e Fabíola. Foi ótimo para José Roberto chegar a novas conclusões e utilizá-las quando necessário. Pelo que se viu, as chances de título são altas se não houver oscilações emocionais.

O esporte não tem muita sorte com os políticos

Os políticos tratam mal o esporte, que só recentemente ganhou um ministério. Mas, nas eleições, poucos ligados ao esporte são bem votados e os raros eleitos não mostraram trabalho significativo. Romário tem agora votação expressiva, mas sua plataforma é tão extensa e variada que não chega a privilegiar o esporte. Infelizmente, havia até uma malfadada bancada da bola que só existia para bloquear CPIs que investigavam a CBF e outras falcatruas.

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