São Paulo - O início da trajetória de Dedé Barbosa à frente de Limeira é animador. O time está na final do Paulista, contra o Bauru, e classificado para a próxima fase da Liga Sul-Americana. Agora, antes de disputar a decisão regional (a série melhor de cinco será nos dias 27, 28, 30, 31 de outubro e 02 de novembro), o técnico observa o rival na competição internacional.
"É uma equipe forte, montada para disputar todos os títulos. Eles nos assistiram de camarote na Sul-Americana. Agora é a nossa vez de dar uma olhada, ver como estão jogando. Será uma bela final", disse.
O sucesso no começo da temporada é explicado pela pré-temporada. Dedé elogia a preparação do time. A mentalidade do jogo coletivo é outro trunfo.
"Desde o início, na primeira conversa, coloquei que o time não pode ficar dependente de nenhum jogador. Todo mundo sabe a sua função", destaca.
Elogio ao amigo Demétrius
Dedé tem a missão de substituir Demétrius, que não renovou com o time após o NBB 6. Foi o amigo que o levou para Limeira. Após anos como assistente, ele tem a primeira experiência como técnico no adulto e não esconde a gratidão.
"Ele é especial demais, faz parte da história daqui. Foi ele quem me deu a oportunidade de ser assistente, com carta branca. Ele me dava total confiança de dar o treino. Isso nao teria em nenhum outro lugar. Nenhum assistente teve a oportunidade que ele me deu. Conversei com ele antes de aceitar o convite para o time profissional. Foi bom. Ele está no Minas, com uma estrutura muito boa. Está dando certo. Só tenho elogios a ele.”
Satisfeito, Dedé curte o momento como técnico do adulto, mas faz planos para o futuro: "Minha ideia não é permanecer no adulto. A ideia é fazer por onde, ganhar tudo, dar exemplo, mas gostaria de trabalhar na base. E me preparar para trabalhar na base, passar por que uma criança de 10 anos precisa aprender a dar passe com uma mão. Você vai lá França, no Leste Europeu e vê jogador com 2,12m que sabe passar, bater bola e nós não sabemos."
Dedé implementa o seu estilo em Limeira. Ex-jogador, ele sabe como lidar com o grupo. O jogo coletivo do atual campeão da NBA, o San Antonio Spurs, serve como exemplo.
"Na minha opinião, é a melhor equipe de todos os tempos. Não dá para comparar um Michael Jordan, mas como time de dez, 12 jogadores, o San Antonio é o melhor. Joga muito coletivamente. Para chegar a esse ponto precisa ter uma base. Sonho em ir para a base par ensinar como fazer. Todo mundo fala que falta leitura de jogo, mas o erro é do técnico, que não sabe como ensinar", analisa.
Dá época de jogador, Dedé guarda virtudes de técnicos com quem trabalhou: "A inteligência e postura de Ary Vidal, em termos de saber se colocar e se posicionar. Trabalhei muito com ele. Edvar Simões, duro e firme. Mortari e Hélio Rubens, pela liderança de grupo, têm os jogadores na mão", enumera o comandante de Limeira.
Recordação da época no Rio
Dedé guarda com carinho o tempo em que defendeu Flamengo e o extinto Telemar. O então ala conquistou títulos cariocas, pelo Rubro-Negro, e até brasileiro pelo Telemar.
"Só guardo coisa boa. Telemar teve um ano brilhante. Foi um ano de glória, ganhou tudo que podia ganhar. Foi o melhor time que joguei. No Flamengo você confunde tudo com emoção. É o time de coração. Então é um prazer muito grande. Veja o caso do Marcelinho, campeão da Liga das Américas e do Mundial. Falei para ele que isso não tem preço. Tenho uma recordação muito boa", encerra.