Por edsel.britto

Rio - Em um ano em que o futebol brasileiro regrediu, em que houve um inacreditável vexame na Copa e em que o campeonato mostrou um estilo quase sempre ultrapassado, o Cruzeiro salvou a pátria. E a própria tradição de um futebol pentacampeão. O tetra nacional conquistado ontem, mas há muito anunciado, apenas confirmou que o time de Marcelo Oliveira correu solto na raia, sem competidores à altura.

E o título ainda teve um sabor extraordinário porque veio com o incrível desgaste de duas competições paralelas em meio a um calendário ultrapassado. A conquista antecipada exigiu esforço supremo e, nesse jogo contra o Goiás, por exemplo, houve nítida superação de todos. Mérito para o talento de Willian, Ricardo Goulart, Everton Ribeiro, do excelente goleiro Fábio e de um grupo muito focado.

Com um elenco de qualidade e numeroso, Marcelo executou um esquema quase sempre ofensivo e de velocidade, que pode servir de modelo para o novo futebol brasileiro. E também um exemplo para os debilitados clubes do Rio.

Há dois anos a frente do Cruzeiro%2C Marcelo Oliveira conseguiu seu segundo título Brasileiro seguidoReuters

FOI POUCO

O torcedor tricolor acostumou-se, nos últimos anos, a ver no seu time garra e qualidade técnica. Ontem viu alguma determinação e, mesmo assim, só na etapa final. A atuação de modo geral foi fraca, de um time desgastado que, no primeiro tempo, mostrou a conhecida lentidão e os erros pontuais na defesa. Tentou a virada quase impossível, mas ainda valeu-se do recuo do Sport e do oportunismo de Fred para o empate no fim. Mas isso não compensou o prejuízo do péssimo resultado.

TUDO INÚTIL

Vanderlei Luxemburgo escapou da confusão do rebaixamento e se meteu em outra. O Flamengo perde tempo e esforço em jogos que já não valem nada contra adversários fracos em contexto de muitas mudanças que não deixam o treinador ou o torcedor concluírem muito sobre o futuro. Essa nova confusão de fim de ano só consegue irritar pelos tropeços e pela constatação de que a grandeza do clube não merecia isso.Na pelada de ontem contra o lanterna, a bola foi castigada.

SEM ENTUSIASMO

A mídia, com todas as razões, saudou e valorizou a volta do Vasco à Série A e não há dúvida de que o espetáculo de um Maracanã festivo com a enorme torcida foi de arrepiar. Mas, infelizmente, aconteceu tudo o que se previa. Não só o acesso que estava praticamente definido, mas, também, outra atuação pífia. A torcida não engoliu e chiou. Com todo o apoio e motivação, o time empacou. Poderia até ter perdido. Esse grupo não tem jeito. Precisa mudar quase tudo em 2015.

ORGULHO DO RIO

Poucos acreditavam, mas o bravo Macaé do artilheiro João Carlos voltou de Belém com o título da Série C. Jogou uma partida sensacional, com garra impressionante e perfeita estratégia do excelente treinador Josué Teixeira. Foi o melhor jogo do ano na competição, com casa cheia e muita emoção. No fim das contas, com os grandes do Rio pagando mico em diferentes contextos, o título nacional de um time modesto serve como consolo e lição de um estilo competivo.

A EMOÇÃO, QUEM DIRIA, FICOU POR CONTA DE FELIPE MASSA

Quem poderia imaginar que, na briga da F-1 entre Hamilton e Rosberg, seria Felipe Massa quem proporcionaria os lances de maior emoção? Bem antes do fim, Rosberg já estava sem chances e Massa passaria a ser protagonista junto com o campeão. Liderou um bom tempo e criou a ilusão de que poderia vencer. Mas o tempo era escasso para recuperar o atraso pela troca de pneus. Foi um brilhante fim de temporada e abriu possibilidades de um futuro próximo disputando títulos.

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