Por fabio.klotz

Rio - É uma pena realmente que o Maracanã não seja palco neste domingo do que seria uma festa na estreia diante da torcida de Guerrero ao lado de Sheik após uma boa vitória no Sul. O Maraca seria pequeno para a galera, mas não faltará oportunidade. Nem se pode reclamar do Corinthians porque ambos estão sob antigo contrato até o fim do mês - seria constrangedor colocá-los em campo. Além disso, a palavra dos cartolas, mesmo em baixa, ainda deve valer alguma coisa.

Cristóvão Borges não terá Guerrero e Sheik contra o CorinthiansCarlos Moraes / Agência O Dia

Em relação ao jogo, tem tudo para ser equilibrado e emocionante. Mesmo sem a dupla, os demais jogadores vão certamente se superar e mostrar que estão à altura dessa nova fase. Em casa, o Fla continuará com uma boa vantagem - como se viu nos últimos jogos, o Corinthians se recupera muito lentamente de sua má fase. Não é mais aquele Timão forte e temível - os problemas com a construção do novo estádio abalaram as suas finanças e até atrasos nos salários viraram rotina por lá. Por tudo isso, uma partida imprevisível, mas que terá o Flamengo com torcida em novo embalo.

Fora de foco

A saída de Eduardo da Silva foi bem sintomática do atual momento do futebol brasileiro, quando jogadores antes desconhecidos por aqui são repatriados de países um tanto sem expressão para virarem soluções. Nem deu para perceber direito qual o verdadeiro nível de Eduardo da Silva, tal a inadaptação e a irregularidade de sua presença. Ele mostrou um estilo um tanto lento e alguma habilidade. Mas muito pouco para o que o Flamengo precisava.

Torre de Babel

Dirigentes bizarros, paspalhões e inteiramente ultrapassados continuam a tumultuar o futebol brasileiro, fazendo-o voltar a um passado que originou esse presente caótico.Eurico diz que o grande reforço do Vasco foi ele mesmo e garante que o time não cairá, embora esteja criando condições para isso. Mas provavelmente o time não chegará a tanto, o que não seria motivo de comemoração. Não seria, mas certamente ele dará baforadas de alegria por sua grande "conquista".

Pavoroso

Mais uma vez, o Botafogo impressiona não pela derrota em si, mas pela atuação pavorosa em que só se vislumbrou algo de bom na segurança de Jefferson e, em raros momentos, nas jogadas de Pimpão. O árbitro errou na expulsão de Arão, mas isso não justifica a omissão e a apatia. O meio-campo é o setor mais carente e jogadores como Tomas e Lulinha impressionam pela ruindade. René, tão elogiado antes, atravessa um mau momento. O time perdeu a pegada e o padrão de jogo.

Ele terá espaço?

A torcida do Fluminense vive um grande momento, acreditando no time, comparecendo ao Maracanã e dando a maior força à garotada de Xerém. Talvez seja cedo para comemorar, e não se imaginava que, com a saída da patrocinadora, ocorresse uma recuperação tão rápida. Fred surge como líder da nova geração e é difícil imaginar se Ronaldinho teria espaço nesse contexto. Ele hoje está mais para aquele ex-jogador que fez turismo no México do que aquele que empolgou o Galo.

Via-crúcis nem sempre tão sofrida assim

Os trabalhadores de uma forma geral nem se importariam de sofrer consecutivas demissões se estivessem quase sempre empregados com salários milionários. Mesmo recebendo com atraso, os técnicos de futebol mais conhecidos são capazes de formar um belo pé de meia que garante futuras gerações. E nem mostram tanta competência assim, como se comprova no atraso tático do nosso futebol. Vê-se agora o caso de Dorival Júnior, que vive de galho em galho, afogado em crises, mas já está no Santos com um belo salário. Com os problemas na Vila, deve sair logo, mas isso não importa.

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