Por fabio.klotz

Rio - O sonho de uma sempre esbarra no bom desempenho da outra. A brasileira Mayra Aguiar e a americana Kayla Harrison protagonizam a maior rivalidade do judô na atualidade e se alternam no topo da categoria até 78 quilos há alguns anos. Belas e talentosas, elas costumeiramente se encontram em semifinais das principais competições do mundo - como fora nos Jogos de Londres -, mas o Pan-Americano de Toronto, no Canadá, reservou algo ainda mais especial: um hipotético duelo aconteceria só na decisão. Novo capítulo dessa saga que tem seis vitórias para cada lado e se mistura com uma amizade que vai além do tatame.

Mayra Aguiar está focada em buscar a medalha de ouro no PanAndré Mourão / Agência O Dia

As musas do judô estreiam terça-feira com o peso do favoritismo. São quase dez anos de confrontos equilibrados, desde a juventude. Graças a eles, as duas evoluíram e, hoje, são os principais expoentes da categoria - uma forçou a outra a ser cada dia melhor. É o que elas prometem mostrar em solo canadense.

“A gente se conhece há muito tempo, desde os 14, 15 anos eu já lutava contra ela. Se a Kayla quer vencer, eu também quero muito. Construímos uma amizade bacana, mas dentro do tatame deixamos tudo de lado. Ali é guerra”, afirmou Mayra, sempre sorridente.

Aos 25 anos, Kayla ostenta três das principais conquistas do seu esporte: ouro no Pan de Guadalajara, no México, em 2011, na Olimpíada de Londres, em 2012, e no Mundial de Tóquio, em 2010 - em cima de Mayra. Dois anos mais jovem, a gaúcha desencantou ao vencer o Mundial da Rússia, em 2014, após derrotar a amiga nas semifinais. Livre de lesões, ‘Mayrão’ (como é chamada) sabe que chegou a hora de levar o ouro que escapou no Pan do Rio-2007.

A brasileira Mayra Aguiar e a americana Kayla Harrison%3A a maior rivalidade no judôReprodução Internet

“Fiz uma tática de não me expor tanto. Eu me poupei para essa competição e tenho objetivos bem definidos até a Olimpíada de 2016. Vai dar tudo certinho”, declarou.

Expectativa pela quebra do recorde de medalhas

Após o bom desempenho na Olimpíada de Londres, em 2012, o Brasil espera nova quebra de recordes de medalhas no Pan de Toronto. Na edição de Guadalajara, em 2011, a Seleção faturou seis medalhas de ouro, seu recorde. Em números gerais, conquistou 13 pódios em Mar del Plata-1995, Rio-2007 e Guadalajara.

Para repetir números tão expressivos, a campeã mundial Rafaela Silva estreia neste domingo na categoria 57kg e Charles Chibana na divisão até 66kg. Alex Pombo é azarão na 73kg. Segunda-feira, teremos Mariana Silva (-63kg), Maria Portela (-70kg) e Victor Penalber (-81kg). Maria Suelem (+78kg), Luciano Correia (-100kg) e David Moura (+100kg) pisam no tatame na terça.

Neste sábado, o Brasil faturou três medalhas, uma de cada cor. Érika Miranda subiu no lugar mais alto do pódio na categoria meio leve (52kg). O ligeiro (60kg) Felipe Kitadai ficou com a medalha de prata. Já Nathália Brigida faturou o bronze na categoria ligeiro (48kg).

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