Por edsel.britto

Rio - A torcida do Vasco anda tão desanimada que, às vezes, opta pela apatia para não se aborrecer. A exibição diante do Corinthians deu um alento de 15 ou 20 minutos — mais pelo desacerto dos paulistas —, mas a fase final foi um resumo das falhas graves que atormentam o time. Incapacidade de reação após tomar o gol, falta de iniciativa, indecisão e, no fim, não houve mesmo desespero, apenas abatimento, quase conformismo, por mais uma derrota.

E que derrota! Nos últimos jogos, principalmente contra os paulistas, o Vasco só levou enfiadas de forma humilhante. Além de tecnicamente limitado, o time continua sem padrão de jogo e os últimos treinadores mexeram demais na escalação e no desenho tático. Talvez falte empatia pelo temperamento difícil de Celso Roth.

Vasco faz desembarque tranquilo no Rio de Janeiro e sem protestos da torcidaBruno de Lima

HORA EMBLEMÁTICA

Apesar das lambanças nos últimos jogos, o Botafogo é líder e, se vencer o Luverdense, amanhã, chegará a 32 pontos em 16 jogos, média de dois por jogo, digna de campeão. Ricardo Gomes pega o time na ponta e poderá dar seu toque com maior equilíbrio tático e o aproveitamento de jogadores mais cascudos como Neílton (apesar dos 21 anos) e os uruguaios.

GALO BRILHANTE

O Atlético-MG chegou aos 35 pontos e, se mantiver a sua performance nas três últimas rodadas do turno, se torna favorito absoluto ao título. É o time que joga o melhor futebol do país e é surpreendente como Levir Culpi toca com simplicidade um elenco bom e disciplinado. O Corinthians está na pista, mas sem o mesmo brilhantismo.

HERMANOS HEROICOS

Mesmo sem um grande time e pouca sofisticação técnica, o River Plate foi a Monterrey e não se impressionou nem com a correria do Tigres nem com o clima seco, muito menos com a pressão da torcida. Fez tudo ao contrário do Inter: não cometeu erros infantis, manteve o controle psicológico e fez um jogo equilibrado. Agora vai com tudo para Buenos Aires e deve faturar.

GODARD REVIVIDO

Jean-Luc Godard foi muito mais revolucionário do que a média dos revolucionários na época. Fez um cinema de contestação, coragem e denúncia. Depois, perdeu-se um pouco na linguagem hermética e em busca de algo novo. Agora, ousa ao usar o 3-D em ‘Adeus à linguagem’, cujo título diz tudo. Ver esse Godard renovado é uma dádiva do cinema.

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