Por fabio.klotz
Yane Marques conquistou a medalha de ouro no Pan de TorontoCarlos Moraes / Agência O Dia

Rio - Afogados da Ingazeira, no interior de Pernambuco, tem cerca de 36 mil habitantes, mas nenhum com tanto prestígio e disposição quanto Yane Marques. Campeã pan-americana de pentatlo moderno em Toronto e bronze nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, ela trabalha fortemente para a Olimpíada do Rio. Mas engana-se quem pensa que basta ser craque na esgrima, hipismo, tiro esportivo, corrida e natação. O segredo está na cabeça.

“Faço acompanhamento psicoterapêutico há muito tempo. Trabalhamos coisas em todos os sentidos. Desde controlar pensamentos, treinamentos mentais, entender que a pressão tem que ser revertida de forma positiva. Tenho ciência de que no dia da competição tenho de estar tranquila para reproduzir meu treino no dia da prova”, diz Yane, que faz o trabalho desde 2007 e exemplifica os efeitos psicológicos na prova: “Sinto evolução. Em alguns momentos eu estou bem segura e penso: 'Deveria estar nervosa agora (risos)'. É interessante”.

Além do equilíbrio mental, a atleta busca também a estabilidade dentro da prova onde é preciso ir bem nas cinco modalidades.

“O equilíbrio é o ‘tchan’ do pentatleta. Quando comecei, só nadava. Aí ia bem na natação e nas outras, uma negação. Agora sou razoável em tudo. Se você analisa os resultados dos atletas prova por prova, normalmente o campeão não ganha nenhuma modalidade. É quinto, sexto, oitavo... e assim vai. Quem nada muito bem pode não montar tão bem”, explica.

Yane Marques em Londres%3A medalha de bronze na OlimpíadaDivulgação

Um bom exemplo disso é o resultado dela em Londres-2012. Ficou na sexta colocação na esgrima e natação e em nono lugar no hipismo. Na prova que combina atletismo e tiro foi a primeira a acertar o alvo cinco vezes, mas foi ultrapassada por duas concorrentes nos 3.200m. Yane é a sexta do ranking mundial e tem uma lituana como principal adversária pela medalha de ouro no Rio. Laura Asadauskaite é a número 1 do mundo e atual campeão olímpica, mas a brasileira vê várias concorrentes em condições de subir no lugar mais alto do pódio.

“Existem muitas atletas em condições. A Laura é líder do ranking mundial há dois anos. Tem também a Lena Schoneborn (alemã), além de russas, inglesas, italianas, húngaras. O leste europeu é muito forte. Por aqui tem a Margaux Isaksen (EUA) e uma canadense, a Melanie McCann”, revela.

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