Por edsel.britto

Rio - Mesmo com muitas reclamações, o Catar foi escolhido como sede da Copa do Mundo de 2022. Construir estádios, metrôs e viadutos parece ser fácil para os governantes, que prometem um Mundial de tirar o fôlego. Mas, a curto prazo, eles têm uma missão hercúlea: fazer com que os cataris se interessem pelo campeonato local. A chamada Liga das Estrelas do Catar está começando neste fim de semana e a grande atração é o meio-campo Xavi, campeão de tudo pelo Barcelona, que atua no Al Sadd.

“As obras não só nos estádios, mas também metrôs, estradas e já começaram há seis meses. Totalmente diferente do Brasil. Você vem num lugar e as coisas são corretas. Não tem jeitinho”, disse o atacante Muriqui, do Al Sadd.

Xavi atuará pelo Al-Saad e será o principal nome da Liga das Estrelas do CatarDivulgação

Embora o futebol seja o esporte número um do país, o interesse é maior por times estrangeiros, como o Paris Saint-Germain, de propriedade do catari Nasser Al-Khelaïfi, e que tem os galácticos Ibrahimovic, David Luiz e Cavani. Mas as coisas melhoram aos poucos. Na temporada passada, o jogo entre Al Ahli e Al Sailiya bateu o recorde de público na história da liga, com 10.142 torcedores.

“O Catar é uma liga diferente. Os sheiks têm muita força. É muito rico e tentam trazer para cá os que eles chamam de jogadores profissionais. Mas o povo não tem aquela paixão pelo futebol. Já jogou Juninho, Raul, agora tem o Xavi, mas os estádios seguem vazios. Eles investem muito, o projeto é fazer o futebol acontecer até a Copa”, disse o meia Junior Dutra, que atua no Al Arabi.

Júnior Dutra vai atuar nesta temporada ao lado de Paulinho, outro brasileiro do Al ArabiDivulgação

“No estádio, muitas vezes vemos somente 20, 50 torcedores nas arquibancadas. Eles geralmente estão com a roupa típica. Doha é uma cidade bem moderna, mas os homens vestem branco e as mulheres, burca preta”, acrescenta Junior Dutra.

O problema da liga está longe de ser balançar as redes. Na temporada passada, a média foi de 3,37 gols por jogo. Muitos brasileiros estão na liga, que teve o Lekhwiya como último campeão. No entanto, o time perdeu o técnico Michael Laudrup, que não renovou.

“O Lekhwiya é o atual campeão. O Al Sadd, com Muriqui e Xavi, vem forte. O Al Jaish, de Romarinho e Anderson Martins, também é bom. O meu Al Arabi vai brigar ainda mais depois que trouxe o Zola para o comando. O Al Gharafa tem tradição”, projeta Dutra, enumerando os favoritos.

Apesar do alto investimento dentro de campo%2C fora das quatro linhas o público não correspondeArte O Dia


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