Por fabio.klotz

São Paulo - Há dez anos, Renato Augusto estreava no futebol profissional. Aos 17 anos, debutou em um Flamengo e Corinthians. Revelado pelo clube da Gávea, o meia passou pelo futebol alemão, no Bayer Leverkusen, mas conseguiu chegar ao ápice da carreira atuando pelo time paulista. Sob o comando de Tite, Renato Augusto é o maestro do líder do Campeonato Brasileiro e suas atuações chamaram a atenção de Dunga, que, mesmo sem convocá-lo para amistosos, confiou em seu futebol para as duas primeiras partidas das Eliminatórias da Copa do Mundo, contra Chile e Venezuela, dias 8 e 13 de outubro. O camisa 8 não negou a vontade de retornar à Europa e jogar a Liga dos Campeões, mas, aos 27 anos, é hora de aproveitar o bom momento no Timão e na seleção brasileira para, talvez, conseguir uma vaga em um clube que tenha reais condições de conquistar o maior título do Velho Continente.

Renato Augusto brilha com camisa do CorinthiansDaniel Augusto JR. / Agência Corinthians / Divulgação

O DIA: Qual a sensação de voltar à Seleção?

RENATO AUGUSTO: A sensação de que o trabalho que eu venho fazendo tem dado certo, recuperando minha melhor forma de jogar e a confiança. Chegar à Seleção é a coroação de um trabalho, mas ainda dá para melhorar.

Você ficou quatro temporadas na Alemanha. O que a Europa acrescentou a seu futebol?

A parte tática e, principalmente, a defensiva. Eu me aprimorei em fazer outras funções. Lá, comecei jogando de ponta-direita, bem aberto, atuei como centroavante, segundo volante, de meia centralizado, que é a função que eu que mais gosto. Aprendi a fazer uma leitura melhor do jogo e entender mais o que o treinador pede.

A Alemanha é a atual campeã do mundo. Que diagnóstico você faz do futebol alemão? Como você acha que eles alcançaram essa evolução de trocar o chamado "futebol duro" por atuações de alto padrão técnico-tático?

Por eles terem muitos jogadores de outras nacionalidades, o que melhora consideravelmente o nível do campeonato. Eles também fizeram uma renovação e tiveram paciência para isso. Não esperaram um resultado imediato. E também tiveram sorte de contar com uma boa safra de jovens jogadores.

Em que é possível comparar o Campeonato Alemão com o Brasileiro?

Hoje em dia, aqui no Brasil, o jogo está começando a ficar mais corrido e mais pegado, que é como eu vejo o jogo lá.

O Brasileirão 2015 melhorou muito em termos técnicos e de média de público. A que se deve essa mudança em sua opinião?

Em termos técnicos, credito à evolução da preparação física. Os jogadores estão correndo cada vez mais. E também à mentalidade dos treinadores de colocarem seus times mais para frente. Quanto ao aumento do público, pode ser por essa qualidade do jogo, pelos novos estádios ou, simplesmente, pela paixão do torcedor.

Qual a influência de Tite na excelente campanha do Corinthians?

Tite tem influência total. Mesmo com o desmanche, com a perda de ídolos, ele conseguiu achar uma maneira rápida de encaixar a equipe.

Você ainda tem vontade de jogar na Europa?

Tenho. Mas não a que eu tinha antes, quando era uma novidade. Depende muito do clube, do momento. Jogar uma Liga dos Campeões, por exemplo, é sempre bom. Tive a oportunidade de disputar duas, além de três Ligas Europa.

Quais sonhos você ainda tem no futebol?

Neste momento quero ser campeão brasileiro e deixar meu nome na história do Corinthians. Só é lembrado quem é campeão. É um título com expressão muito forte. E gosto de realizar coisas a curto prazo. Não posso falar que quero ser campeão do mundo com a Seleção, por exemplo, porque há um longo caminho até lá. É um passo de cada vez.

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