Por edsel.britto
Rio - Nas quadras, Giovane Gavio fez história no vôlei brasileiro e se tornou bicampeão olímpico, com os ouros em Barcelona-1992 e Atenas-2004. Agora, aos 45 anos, perto de mais uma Olimpíada, encara nova missão. Ele não estará mais no meio da quadra, mas atuando nos bastidores, preocupado com detalhes que podem fazer a diferença na organização das competições de vôlei dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio, em 2016.

Assim como Giovane, Hugo Hoyama, como técnico do tênis de mesa, Daiane dos Santos, como comentarista de ginástica artística, e Natália Falavigna, como integrante do grupo técnico do taekwondo, também assumiram novos desafios de olho no evento em casa.

Após abandonar as quadras%2C Giovane trabalha no Comitê Rio-2016 Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

“De qualquer forma, é emocionante estar nos Jogos. Vou como participante do Comitê Organizador. É uma experiência muito bacana. Como atleta, a gente não tem ideia do nível de planejamento, dos detalhes necessários para a realização dos Jogos. Sem dúvida, se o atleta soubesse, daria mais valor ainda. É algo muito complexo”, diz Giovane, que é coordenador de vôlei, de vôlei de praia e de vôlei sentado do Comitê Rio-2016.

O ex-jogador já trabalhou em dois eventos-teste para os Jogos: a fase final da Liga Mundial, em julho, no Maracanãzinho, e a etapa brasileira do Circuito Mundial de vôlei de praia, em setembro, em Copacabana. “Testamos áreas fundamentais, principalmente de resultado e de quadra. São locais em que temos participação efetiva de boleiros e enxugadores. Isso é bom para já começar a ter contato com voluntários e torcemos para que boa parte dos que foram testados estejam com a gente nos Jogos”, analisa.
Natália Falavigna em evento da Academia de TreinadoresReprodução Facebook

Já a lutadora Natália Falavigna, de 31 anos, ficou surpresa neste ano com o convite da Confederação Brasileira de Taekwondo para integrar o grupo técnico da entidade. “Vou ficar feliz se puder auxiliar algum atleta, se algo que eu falar fizer a diferença. Não passar isso para os outros seria um egoísmo e também um desperdício. Tenho um objetivo maior. Quando a minha modalidade vai bem, todo mundo ganha”, defende Natália, bronze em Pequim-2008.

Ela também destaca a grande chance que os lutadores brasileiros terão de disputar os Jogos do Rio: “Acredito que, independentemente do atleta que competir, teremos uma equipe nova. Eles têm um potencial gigantesco. Espero que lutem bem, felizes e aproveitem essa chance de competir em casa.”

Hugo Hoyama comanda a Seleção brasileira de tênis de mesaDivulgação

Hugo Hoyama, de 46 anos, também tenta passar sua experiência. Após seis Olimpíadas, sua missão é comandar a Seleção feminina de tênis de mesa: “A vivência de participar de um evento grande como esse é importante. Participei de sete Pan-Americanos. Quando eu entrei na Seleção, meu principal objetivo era chegar numa final pan-americana. Sempre converso que o fundamental é dar foco aos momentos importantes. Não é só chegar na final e jogar. Falo muito com elas. Corri muito atrás disso. Quando o atleta passa por essa experiência, ajuda bastante. Não só na parte técnica, mas para disputar medalha nas competições”, diz Hugo.

Já a ex-ginasta Daiane dos Santos, com três Olimpíadas no currículo, tem se preparado para fazer bonito em outra missão: a de comentarista da TV Globo. Desde que assumiu a função, ela buscou aprender com profissionais mais experientes. “Tenho que falar de uma maneira simples. A ginástica é um esporte muito técnico, mas tenho que fazer um comentário breve, esclarecedor e interessante”, destaca Daiane.

Aos 32 anos, ela admite que sente saudade dos tempos de atleta, mas avisa que está bem resolvida com a aposentadoria: “Não tem como não sentir quando você ama o que faz. Fiz ginástica durante 19 anos, mas tenho uma consciência bem forte de que parei na hora certa”.

Após encerrar a carreira%2C Daiane dos Santos tornou-se comentarista na TV GloboPaulo Belote / TV Globo