O Nelson Rodrigues insulano nunca escreveu peças, livros e artigos de jornal. Foi como técnico de futebol que ele cruzou o mundo em busca de espaço. O treinador começou a carreira nas categorias de base da Portuguesa, em 1989, rodou clubes de menor expressão e chegou a treinar a seleção brasileira sub-20, em 2006. Teve experiências também com a seleção olímpica da Arábia Saudita e em clubes da Líbia.
Unidos na paixão pelo futebol, os homônimos se diferenciam quando o assunto é o prazer pela polêmica. "Eu conheço as obras mais famosas do Nelson, como 'Os Sete Gatinhos', 'Véu de Noiva', 'Bonitinha, Mas Ordinária'. O que me encanta é a maneira coloquial de escrever que ele tinha. Falava para o povo, uma linguagem popular. Também sou assim com meus atletas. Minha única diferença para ele é que o escritor era um pouco mais picante que eu (risos). Eu sou mais tranquilo", disse Nelson Rodrigues, que, ao contrário do xará, torce para outra equipe - também tricolor.
"Como eu joguei na base do Botafogo tenho um grande carinho pelo clube, mas sempre torci mesmo pela Portuguesa, que também é tricolor, mas da Ilha do Governador", brincou.
"A Vida Como Ela É" não permite falhas e Nelson Rodrigues sabe disso. Desde que chegou, em agosto do ano passado, o técnico ganhou uma Copa Rio (garantida na Justiça), foi líder da primeira fase do Campeonato Carioca, com dez pontos, e agora é o terceiro colocado do grupo C da Taça Guanabara. "Entre os times de menor expressão no Rio, a Lusa é a equipe que teve o maior crescimento, tanto dentro quanto fora de campo. Temos superado obstáculos no cenário nacional. Todo profissional tem o objetivo de chegar longe, e com a gente não é diferente. Nosso espírito é vitorioso", afirma o treinador.
UMA CASA PORTUGUESA, MAS NEM TANTO
A "casa portuguesa" com certeza tem feito falta ao time, que virou cigano depois de acertar parceria com o Flamengo. O Rubro-Negro mandará os jogos da Libertadores no estádio, e faz reformas para colocar as arquibancadas e o gramado. Longe de casa, os torcedores da Portuguesa não medem esforços para acompanhá-la. Fundada em 2009, a torcida Brava Raça Lusitana tenta compensar a falta de torcida com a presença certa em todos os estádios.
"Estamos sempre em todos os jogos, mesmo aquelas partidas à tarde, dia de semana, que costumam ser mais difíceis. Já fomos até em jogo com portões fechados, subimos em barranco para acompanhar do lado de fora (risos). Sempre arrumamos um jeito para torcer pela Lusa", afirma Paulo Vinícius Inácio, presidente da torcida.
Reportagem do estagiário Yuri Eiras