Por pedro.logato

Espanha - O lateral-esquerdo Marcelo revelou nesta sexta-feira que logo que em sua primeira temporada no Real Madrid, em 2007, o clube queria emprestá-lo para o Sevilla ou para a Rússia, e que teve de bater o pé para continuar no clube da capital espanhola. O brasileiro revelou em entrevista ao programa "Campo de Estrelas", do canal de TV dos 'Blancos', que achou que precisaria passar pelo Real Madrid Castilla no começo, logo que deixou o Fluminense.

No entanto, depois que se consolidou na equipe principal, não quis sair mais. "Tudo aconteceu muito rápido. Vim a Madri e não sabia que assinaria o contrato. Vim para que me conhecessem, e quando cheguei ao Bernabéu já havia 55 pessoas, o que eu não esperava. Quando cheguei, me deram uma roupa, me disseram que jogaria no Castilla, e eu estava feliz da vida. Mas Capello disse que não, que tinha de treinar com o time principal. Eu me sinto um prata da casa, e teria sido um prazer jogar pelo Castilla", rememorou o lateral da seleção brasileira.

Marcelo se transferiu no fim de 2006Efe

"Havia propostas do CSKA Moscou e do Sevilla, que estava quase fechado porque o Fluminense havia assinado um acordo, mas o Real Madrid tinha interesse, e eu disse que se isso fosse verdade, iria para Madri", completou o jogador de 28 anos, que admitiu que este foi seu pior momento no clube.

"Tinha 18 anos, e um dirigente me chamou em seu escritório no Bernabéu. Fui sozinho. Ele me disse que queriam me emprestar para outro clube para pegar experiência e que eu voltaria no ano seguinte. Eu respondi dizendo que não sairia de Madri. Foi o pior momento porque sabia que a equipe não precisava de mim, mas foi o momento no qual fui mais forte", destacou.

Aos poucos, o lateral foi ganhando espaço e se tornando um vencedor com a camisa branca. Até hoje, foram dois títulos da Liga dos Campeões, dois do Mundial de Clubes, três do Campeonato Espanhol e dois da Copa do Rei, entre outros.

"Lutei e sofri muito para chegar aonde cheguei, e ser um dos capitães do Real Madrid é o máximo. As pessoas nas ruas me chamam de 'Capi'. Isso não tem preço", comemorou. Marcelo chegou ao clube madrilenho com a dura missão de substituir Roberto Carlos, dono da lateral esquerda do time durante 11 anos. O ex-jogador do Fluminense agradeceu a ajuda dada por seu antecessor.

"Você chega a um lugar e seu ídolo o recebe muito bem, sabendo que você é da mesma posição. Isso é muito difícil no mundo do futebol. Ele, sabendo que eu vinha ser seu sucessor, tratou a mim, minha mulher, meu cunhado e meu avô como se fôssemos da família. Ele nos deu seu número de telefone no primeiro dia e disse que eu poderia ligar para o que fosse preciso. Nunca telefonei. Eu era um garoto, mas ele me tratava como hoje", recordou.

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