Por gabriel.santos

Itália - O atacante Adriano ficou famoso pelo seu talento e, alguns anos depois, por não ter rendido tudo que poderia. Envolto em polêmicas, o brasileiro também teve de lidar com a depressão após a morte do pai, um dos principais fatores que acabou minando sua carreira, segundo o ex-companheiro Javier Zanetti.

Adriano abandonou o futebol em 2014Reprodução Internet

Para o argentino, que passou quase duas décadas na Internazionale, jogando ao lado de Adriano por sete anos, o falecimento do pai Almir foi um marco na vida do brasileiro. Apesar de ter sido 'adotado' na Itália, o centroavante não superou o ocorrido.

"Quando ele recebeu o telefonema sobre a morte do seu pai, nós estávamos no quarto. Ele bateu o telefone e começou a gritar de um jeito que ninguém poderia imaginar. Isso me arrepia ainda hoje. A partir daquele dia, Massimo Moratti (ex-presidente da Inter) e eu tratamos ele como um irmão mais novo. Ele continuou a jogar futebol, fazer gols e dedicá-los a seu pai apontando para o céu. Mas depois daquele telefonema, nada foi como era antes", afirmou o ex-lateral ao 'Tutto Mercato', portal italiano.

Ainda segundo Zanetti, hoje vice-presidente da equipe de Milão, Adriano seria o melhor do mundo. O argentino lamentou o fim de carreira do antigo companheiro e considera que perdê-lo para a depressão foi um dos piores momentos de sua trajetória.

"Quando ele marcou aquele gol no Real Madrid, eu disse a mim mesmo que nós tínhamos encontrado o novo Ronaldo. Uma noite, Ivan Córdoba dividiu quarto com Adriano e lhe disse que ele era uma mistura de Ronaldo e Zlatan Ibrahimovic e perguntou se ele estava consciente de que se tornaria o melhor do mundo. Nós não fomos capazes de tirá-lo do túnel da depressão. Essa foi minha maior derrota, eu me senti impotente."

Depois de deixar a Inter, em 2008, Adriano voltou ao Brasil para jogar pelo São Paulo, antes de retornar ao Flamengo, onde voltou a se destacar, tendo grande participação no título brasileiro de 2009. Desde então, teve passagens apagadas por Roma, Corinthians e Atlético-PR, encerrando a carreira em 2014.

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