Por bferreira

Rio - Natural da cidade de Três de Maio (RS), Carol Lissarassa, de 27 anos, ganhou visibilidade nacional na semana passada ao aparecer nas redes sociais ao lado de Juliana, bronze no vôlei de praia dos Jogos de Londres (2012). Atleta transexual, a gaúcha foi parceira da medalhista olímpica na Copa Juliana, um torneio amistoso em Porto Alegre. "A Juliana foi totalmente receptiva e bacana comigo. Acima de qualquer coisa, isso mostra que somos todos iguais", diz Carol. Agora, ela sonha estar na elite do vôlei de praia nacional e disputar o Circuito Brasileiro da modalidade.

Juliana e Carol disputaram torneio amistosoReprodução Instragram

Carol cita dois casos de transexuais brasileiras que já atuaram nas quadras em times femininos: Tifanny Abreu, que conseguiu autorização para jogar na segunda divisão do campeonato italiano, e Isabelle Neris, que foi liberada para competir em torneios ligados à Federação Paranaense de Vôlei. Na ocasião, Isabelle mostrou exames hormonais que comprovavam que o nível de testosterona dela é igual ao de outras atletas.

"Há algum tempo eu nem imaginava que poderia jogar com uma medalhista olímpica e oito vezes campeã do Circuito Mundial. Essa será minha próxima batalha (atuar no Circuito Brasileiro). Sei que é árdua. O Brasil já tem dois casos. O direito existe. O próximo passo é eu conseguir a federação", afirma Carol.

DEFESA DA INCLUSÃO

A jogadora, que trabalha como cabeleireira em Chapecó (SC), prefere não dar ênfase aos comentários negativos que surgiram nas redes sociais: "Só tenho a agradecer à Juliana. Não imaginava a visibilidade nacional e até internacional. O preconceito existe por parte de pessoas que não sabem o que é direito. A Tifanny conseguiu a liberação para jogar na Itália e a Isabelle para jogar no Brasil. A maioria acha que tem a vantagem física, mas não entende que só há a permissão para jogar no feminino quando é apresentado o nível hormonal."

Carol quer jogar o circuito nacionalReprodução Instragram

Ao apresentar Carol como sua parceira para o torneio amistoso, Juliana defendeu a inclusão: "Ela é uma trans, que já ralou e rala muito na vida. Estou aprendendo muito com ela, independentemente de cor, credo, raça, religião, opção sexual, todos merecem ser felizes e ser respeitados".

 

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