Rio - Como um casal apaixonado, a relação entre o Botafogo e seus torcedores não foge ao clichê “entre tapas e beijos”. Depois de se revoltarem com a venda de Vitinho, rasgarem o título de sócio-torcedor e picharem a sede do clube, os alvinegros voltaram a acolher o time após a classificação na Copa do Brasil. A delegação foi recebida com festa ontem, no Aeroporto Santos Dumont, um dia após o empate (2 a 2) com o Atlético-MG, em Minas.
Novamente em lua de mel com a equipe, a torcida promete encher o Maracanã no domingo para ajudar o Glorioso a superar o São Paulo e se manter na briga pela liderança do Brasileirão. Afinal, não há ferida no futebol que não seja cicatrizada com bons resultados.
Em campo, os jogadores deram conta do recado e despacharam o Atlético-MG, em pleno Independência. O espírito demonstrado no duelo era exatamente o que os botafoguenses precisavam para recuperar a confiança, que não foi abalada pela derrota por 2 a 0 para o Atlético-PR, domingo, mas pela venda de uma de suas principais peças.
“A gente sabia da importância do jogo, da classificação, de jogar bem e convencer. Todos falaram que o Botafogo não teria mais a mesma identidade depois da saída do Vitinho. Mas a mantivemos e conseguimos a classificação”, disse Rafael Marques.
No decorrer da temporada, o grupo de Oswaldo de Oliveira tem sido posto à prova a todo momento. Quanto mais problemas surgem, como o atraso de salários e a saída de jogadores importantes como Fellype Gabriel e Vitinho, mais brio ele mostra e mantém viva a esperança de alcançar grandes objetivos.
Por todos os obstáculos superados, Rafael Marques crê que a relação entre o Botafogo e torcida tende a navegar em mares mais tranquilos daqui para frente. “Aos poucos, vamos convencendo a todos. Mais do que vencer, foi importante para trazer a torcida para o nosso lado. Hoje deu para ver o carinho deles com a gente. Espero que domingo o estádio esteja cheio para eles ajudarem bastante”, projetou o artilheiro do time na temporada com 16 gols.