Por fabio.klotz
Rio - Na sua oitava Libertadores, Jorge Wagner será o guia do Botafogo no caminho rumo ao topo da América. O ponto de partida fica na cidade de Quito, a 2.800m acima do nível do mar, e o primeiro desafio é o Deportivo. Às 22h, no Estádio Atahualpa, o Alvinegro retoma a expedição pelo continente, que não foi concluída há 17 anos, e busca um bom resultado para definir sua classificação à fase de grupos, em casa, na semana que vem.
Jorge Wagner tem a missão de comandar o Botafogo na LibertadoresErnesto Carriço / Agência O Dia

A atração entre o novo camisa 10 e a competição é tão grande que a confirmação de que o Glorioso iria voltar a disputá-la só veio depois de o jogador ter acertado sua transferência para General Severiano.

“O Botafogo ainda estava disputando a vaga quando as conversas começaram. A partir de então, comecei a assistir aos jogos e a torcer, pois sei o que significa uma Libertadores para o clube, para o jogador e para a torcida”, disse o meia, que tem boas recordações de quando foi campeão mundial pelo Inter, em 2006: “A torcida no Japão foi muito grande e deu certo”, lembra.
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Na chegada a General Severiano, em janeiro, Jorge Wagner surpreendeu pela ótima forma física aos 35 anos. Durante a pré-temporada veio a comprovação de que poderia assumir, sem problemas, a função de organizador do time. Após ter jogado três anos no futebol japonês, ele não teve que passar por nenhum processo de readaptação.
“Acho que foi o ritmo do futebol japonês. Em momento nenhum diminuí a carga de trabalho. O espírito de competitividade também não diminuiu. Tínhamos uma comissão técnica brasileira cobrando sempre e foi importante para que mantivéssemos o alto rendimento”, explica.
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Jorge também foi campeão da Libertadores pelo Inter em 2006 e disputou a competição outras seis vezes por Cruzeiro, Corinthians e São Paulo. Ninguém conhece melhor o torneio do que ele no elenco alvinegro. Sem Seedorf e Rafael Marques, a responsabilidade do camisa 10 aumentou, mas ele garante estar preparado.
“A expectativa é muito grande. Sei que o torcedor do Botafogo é exigente e que precisa de títulos internacionais. A responsabilidade é imensa, mas estou disposto a assumi-la e a superar as todas dificuldades”, garante.
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Cinco minutos com Jorge Wagner
Pesa negativamente o fato de o Bota ter jogadores que nunca jogaram Libertadores?
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Por mais experiente que seja o jogador, sempre tem aquele friozinho na barriga na hora de disputar esta competição. É normal. A gente que já tem o costume vai procurar conversar com eles. Mas são jogadores que, apesar de jovens, tiveram grandes experiências e não vão ter dificuldades.
A altitude deve ser temida?
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A maior dificuldade que a gente pode ter é com relação à velocidade da bola, que realmente dificulta muito. Temos que superar isso.
Como fugir da catimba do adversário?
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Da mesma forma que falamos que os sul-americanos chegam às vezes de forma desleal, eles devem pensar muitas coisas da gente. O brasileiro tem fama de estar sempre caindo, mas a gente sabe que os juízes da Libertadores deixam o jogo seguir. Só podemos parar depois que eles apitarem.
Já se sente adaptado ao Botafogo?
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O grupo é bem unido, de jogadores que querem vencer e estão sempre dispostos a ajudar quem chega. Isso tem facilitado minha adaptação.