Rio - Em 2014, além do rebaixamento para a Série B, os funcionários do Botafogo tiveram que conviver com atrasos de salários durante vários meses. Por conta disso, o Alvinegro firmou com o Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro um acordo para destinar cerca de R$ 2,7 milhões, em multa e indenização trabalhista, para a realização de campanha contra o trabalho escravo. A Justiça homologou a decisão nesta semana. A multa é relativa ao atraso no pagamento de salários, verbas rescisórias e depósito de FGTS dos trabalhadores do clube.
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O Botafogo ainda terá que fazer campanha contra o trabalho escravo, incluindo seis aparições em jogos da Competição da série B do Campeonato Brasileiro 2015. No primeiro jogo, que será neste sábado contra o América/MG no estádio Independência em Belo Horizonte, os jogadores irão entrar em campo com uma faixa alusiva ao acordo, com a mensagem “MPT e Botafogo: acordo em benefício dos trabalhadores”. Além disso, o Glorioso terá que efetuar o pagamento de verbas rescisórias, dentro prazo legal, no caso de novas dispensas. Também terá que liberar verba para os salários dos empregados até o 5º dia útil, após a liberação mensal dos recursos que estão bloqueados na Justiça em razão de ações trabalhistas.
Não foi a primeira penalização recebida pelo Alvinegro. Na Ação Civil Pública (ACP) ajuizada pelo MPT-RJ, o Botafogo foi condenado, em junho de 2014, a pagar dano moral coletivo de R$500 mil e a sanar as irregularidades trabalhistas verificadas, sob pena de multa diária no valor de R$5 mil. Na investigação, além do não pagamento de verbas rescisórias, o MPT-RJ verificou que a empresa deixou de realizar o pagamento de funcionários até o quinto dia útil mês, além de atrasar o recolhimento de FGTS. Os constantes atrasos salariais levaram os jogadores a entrarem em campo com faixas de protesto, no ano passado.
No procedimento, o Botafogo alegou que passava por dificuldades financeiras, em decorrência do bloqueio das receitas pela Justiça, que foram agravadas com o fechamento do estádio Engenhão. Em caso de descumprimento das cláusulas do acordo, volta a incidir a multa diária de R$ 5 mil.