Rio - O Botafogo embarcou ontem à noite para Assunção com o significativo desfalque de Montillo para o decisivo duelo contra o Olimpia, do Paraguai, pela terceira fase da Libertadores. Recuperado de leve estiramento na coxa direita, o apoiador sofreu outra lesão muscular, desta vez na panturrilha direita, no início do primeiro confronto, no Rio, e foi vetado. No limite, os alvinegros têm se superado em campo, com entrega e comprometimento, mas pagam o alto preço de uma pré-temporada acelerada e na contramão do contestado calendário brasileiro.
“O Botafogo, juntamente com o Atlético Paranaense, iniciou a temporada disputando ‘título’. A cada dois jogos tem eliminação na pré-Libertadores. Nos apresentamos em 11 de janeiro e, no dia 14, já intensificávamos a parte física para a estreia no Carioca, contra o Madureira, dia 25. Não conseguiríamos manter o ritmo até a data do jogo, 48 horas antes diminuímos a carga. Tivemos praticamente sete dias de pré-temporada. É muito pouco para dar lastro físico e ritmo ideal para o grupo”, diz o preparador físico Ednilson Sena.
Na prática, o Botafogo abriu mão da força máxima na maior parte do Carioca, preservando a base considerada titular de olho na classificação para a fase de grupos da Libertadores. Em campo, a equipe respondeu com duas vitórias em casa, sobre Colo-Colo e Olimpia, além de um heroico empate em Santiago. A decisão não minimizou os riscos. Com dores musculares, Camilo foi desfalque no Chile. Com uma lesão na coxa direita, o goleiro Gatito Fernández ficou fora dos últimos dois jogos e é dúvida contra o Olimpia, assim como Bruno Silva. Até o incansável Rodrigo Pimpão sentiu o puxado ritmo de decisões.
“Na Libertadores, a exigência é maior. Os jogadores do Botafogo estão na mesma batida desde 2016. Enquanto não se adquire esse lastro físico, aparecem as dificuldades. Ainda não estamos no melhor de nossa forma física. Falta tempo até para recuperar os atletas. Mas ninguém tem se omitido. Eles se doam e se entregam ao máximo”, explica o preparador físico alvinegro.
ATRASO NA REAPRESENTAÇÃO
Contra o Botafogo, pesou o calendário. Em razão do trágico acidente aéreo no voo da Chapecoense, a reapresentação dos clubes da Série A sofreu um pequeno atraso. Pior para os brasileiros na pré-Libertadores, que têm enfrentado adversários no meio de suas temporadas. A comissão técnica alvinegra espera colher os frutos de seu planejamento. Com a vantagem do empate em Assunção, o Botafogo está a 90 minutos da sonhada vaga na Libertadores.
Com a meta alcançada, a equipe, eliminada da Taça Guanabara, terá tempo extra para uma espécie de ‘mini’pré-temporada para alçar voos mais altos na Taça Rio e na fase de grupos competição continental.
TIME PRONTO PARA A ‘GUERRA DO PARAGUAI’
No último treino antes da viagem ao Paraguai, Jair Ventura esboçou o time que entrará em campo para encarar o Olimpia, amanhã. Com a vantagem de jogar pelo empate e a certeza de que o clima não será nada amistoso, o volante Bruno Silva, que treinou na equipe titular, acredita que a concentração será fundamental para a classificação.
“Independentemente do que acontecer fora do campo, temos que estar focados no jogo, como foi contra o Colo-Colo. Tentaram mexer com o nosso psicológico. Vai ser difícil, mas estamos preparados para essa batalha lá”, garantiu o jogador.