Por fabio.klotz
Fernanda Colombo Uliana diz que não costuma receber cantada em campoDivulgação

Santa Catarina - Com elas os mais avançados não têm vez. É impedimento. Nem tente se aventurar e tirar proveito de uma posição irregular. Não mesmo. As belas e competentes assistentes de arbitragem Nadine Schramm Câmara Bastos e Fernanda Colombo Uliana sabem se impor e controlar o jogo. Destaques nas séries A e B do Brasileirão, as musas levam o charme da mulher catarinense para os estádios e conseguem conciliar vida atribulada com carreira no esporte à base de muito charme, vaidade e bom posicionamento.

O início no esporte foi por acaso. Ambas conheceram o curso de arbitragem por intermédio de amigos e se encantaram. Nadine, de 31 anos, é cirurgiã dentista e começou em 2007, quando uma amiga a convenceu a mudar de vida. Fernanda, 22, foi levada por um professor quando ainda cursava a faculdade de educação física, em 2009, e não parou mais. Amor à primeira vista.

“Sempre acompanhei futebol pela TV e frequentava estádios. Adoro estar dentro de campo”, diz Fernanda, natural de Criciúma. Nadine, nascida em Itajaí, acrescenta que o esporte esteve sempre presente em sua vida.

“Amo o que faço e sempre estive envolvida com a prática esportiva.”

Vaidosas, as musas da arbitragem investem numa imagem impecável à beira do campo e dizem que os marmanjos são respeitadores. Comprometidas, elas garantem linha dura aos mais atirados.

“Vaidoso todo mundo tem de ser, só não pode passar dos limites. Ali é trabalho sério e com respeito. Não tenho do que reclamar, mas se avançar, levanto a bandeira”, comenta Nadine, sorrindo. A bela trabalhou em jogos importantes da Série A, como Santos x Botafogo e Cruzeiro x Flamengo, e foi elogiada.

Nadine Schramm Câmara Bastos também chama atenção por sua belezaDivulgação

Destaque da Série B, Fernanda segue roubando a cena e afirma que não dá mole para os abusados.

“Nos jogos profissionais é mais difícil levar cantada. Isso acontece mais em partidas amadoras. Mas não dou bola”, decreta.

Pressão da arquibancada

Decididas e sérias, elas encaram o preconceito que ainda há no futebol com naturalidade. Com ouvidos de mercador para as gracinhas vindas da arquibancada, elas abrem espaço para que mais mulheres se aventurem na área.

“Acho que o respeito está sendo maior. As mulheres estão conseguindo se diferenciar pelo trabalho. Tudo é uma questão de competência”, analisa Nadine, membro do quadro da CBF desde 2012. Fernanda começou apenas este ano a apitar jogos do Nacional e espera que mais mulheres sigam seus passos.

Fernanda só fica nervosa quando a família vai acompanhar seus jogosDivulgação

“O futebol é apaixonante para homens e mulheres. É chance de mostrar que estamos em condições iguais.”

Família desconcentra as musas

Quase nada tem o poder de desconcentrar as musas da arbitragem. A exceção é apenas a ida dos parentes ao estádio. Tensão, frio na barriga e nervosismo são comuns quando os olhos encontram algum ente querido nas arquibancadas. A solução encontrada por elas foi de proibí-los de ir às partidas, mas nem sempre a exigência é cumprida.

“Meus parentes me apoiam e meu namorado confia em mim. Mas nem isso faz com que eu me sinta tranquila. Sinto nervosismo, frio na barriga quando os vejo. Prefiro que assistam de casa”, afirma Nadine, dando risada.

Fernanda segue a mesma linha e lembra de sua estreia nos gramados, quando seus familiares fizeram questão de ir ao estádio.

“Nossa, como fiquei nervosa, e ainda fico até hoje. Mas graças a Deus deu tudo certo”, lembra.

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