Por pedro.logato

Rio - A decisão por uma vaga na final do Carioca entre Botafogo e Fluminense, neste sábado, às 18h30, mudou de palco, mas a rivalidade e a importância do Clássico Vovô continuam as mesmas. Casa alvinegra, mas de boas recordações para os tricolores, o Estádio Nilton Santos é cenário de duelos marcados pelo equilíbrio: em 14 confrontos, três vitórias para cada lado e oito empates.

Campeão da Taça Guanabara, o Botafogo viu a vantagem de jogar pelo empate passar para o lado do Fluminense com a derrota de 2 a 1 no Maracanã, há uma semana. Com a obrigação de vencer para chegar à final, os alvinegros, reconhecidamente supersticiosos, se apegam ao recente retrospecto em casa. Desde que o estádio foi rebatizado com o nome do ídolo, os comandados de René Simões emplacaram sete vitórias. A briga para tirar a semifinal do Maracanã já deu resultado — o Setor Norte, destinado aos alvinegros, já está esgotado — e pode não ser em vão.

Botafogo de René Simões joga em casaUanderson Fernandes

“É muito bom jogar em casa, estatisticamente há vantagem sempre. Dei cambalhotas pelo jogo ter sido levado para a nossa casa. É muito legal o comportamento da torcida, embora no jogo passado tenham me chamado de burro. É a nossa casa, que venha o Fluminense”, afirmou o técnico René Simões.

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No histórico do Clássico Vovô, muitos duelos importantes já foram disputados no estádio. No jogo inaugural, em 2007, pelo Campeonato Brasileiro, o Botafogo levou a melhor: 2 a 1. Em 2012, os dois times voltaram a decidir o título do Carioca depois de 41 anos. E o Flu venceu os dois jogos: 4 a 1 e 1 a 0.

Sem poder contar com o capitão Fred, que não foi beneficiado pelo efeito suspensivo e deve ser substituído por Lucas Gomes, o Fluminense também se sente em casa no Nilton Santos. A um empate da final do Carioca, os tricolores não perdem nos domínios do arquirrival há sete partidas. O último tropeço foi no Brasileiro de 2011: 2 a 1. Campeão nacional em 2010 e 2012 tendo o estádio como principal palco, o Fluminense aposta no histórico favorável.

“O treinador é um catalizador de informações. Cabe a ele codificar dados interessantes e dividir com o grupo. A questão do Engenhão foi levantada no vestiário. É um local de conquistas importantes e que os jogadores se sentem bem”, disse Ricardo Drubscky.

Fluminense de Ricardo Drubscky tem vantagem do empateErnesto Carriço

Mas René não se apega a isso: “Eu sei que meu time jogou sete jogos aqui e não perdeu nenhum. Esses são os números que me interessam.”

MISTÉRIO PARA FAZER MUDANÇAS

Com uma sequência de nove jogos em um mês, René Simões está preocupado com a questão física e avisou que vai mudar a equipe, mas fez mistério ao fechar o treino. A imprensa só viu os minutos finais, com um momento de fé de todo o grupo, fazendo uma roda para uma rápida oração.

“Temos jogadores no limite. As mudanças vêm em função disso. Essa é minha dica”, disse René, que deve escalar Marcelo Mattos e Rodrigo Pimpão.

O Juizado do Torcedor e dos Grandes Eventos do Tribunal de Justiça do Rio determinou ontem que o Botafogo apresente o laudo do Corpo de Bombeiros que liberou a capacidade do Estádio Nilton Santos para 25 mil pessoas, sob o risco de que pague multa de R$ 150 mil. A decisão foi tomada após pedido de liminar do advogado Marcelo Carvalho. O clube avisou que apresentará o documento hoje e a Ferj garantiu que recebeu o aval dos bombeiros.

SEM EFEITO SUSPENSIVO, FRED ESTÁ FORA

A esperança do Fluminense em contar com Fred no clássico com o Botafogo acabou ontem e rendeu polêmica. O relator do caso no Tribunal de Justiça Desportiva, Vagner Lima Gabriel, negou o pedido de efeito suspensivo e provocou enorme agitação nas redes sociais.

Tudo porque torcedores encontraram nos perfis oficiais dele e da mulher fotos com roupas do Vasco e fazendo gestos de uma torcida organizada do clube. Havia também montagens de zoações com o Fluminense e o próprio Fred na época da Copa do Mundo.

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