Por pedro.logato

Rio - René chegou ao Alvinegro em 17 de dezembro, dia do seu aniversário, e ganhou um presente que muitos consideraram de grego: um time sem jogadores somado a um clube com a autoestima esfacelada depois do rebaixamento anunciado.

Juntamente com o veterano Antônio Lopes, contratado para ser gerente de futebol, foi ao mercado com a tarefa de formar uma equipe competitiva e, acima de tudo, que coubesse no bolso da nova realidade financeira do Botafogo.

Vasco e Botafogo decidem o Carioca neste domingoJoão Laet / Agência O Dia

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O técnico fez papel de restaurador de obras de artes. Engajou os atletas recém-chegados no projeto de resgate da tradição e, através das palavras, seu forte, devolveu à torcida a confiança perdida.

A partir do momento que conseguiu erguer os primeiros pilares, René provou que seu time poderia brigar pelo título do Carioca. Mesmo sendo o único entre os grandes que não disputará a Série A do Campeonato Brasileiro.

A trajetória do Botafogo na competição é considerada surpreendente pelo próprio comandante. Principalmente pelo cenário que ele encontrou quando chegou, uma espécie de prédio demolido.

O título do Estadual seria mais um andar do novo edifício alvinegro, que tem previsão de ficar pronto em dezembro, com o último pavimento à altura da Primeira Divisão.

No Vasco a aposta foi na juventude de Doriva. O ex-jogador, apenas em sua segunda temporada como treinador, colocou as mãos na massa para vencer a desconfiança do torcedor. A reforma precisava dar resultado e era urgente. Na Colina, mudaram comissão técnica, diretoria, departamento médico e — o mais importante — elenco. Em quatro meses, foram 19 contratações e a construção de um novo time.

“Fomos obrigados a sair do zero. Construir algo que estava apenas na ideia. Por isso, o mérito de chegarmos a esta final é de todos. Conseguimos agregar todo o trabalho e formar uma equipe competitiva”, ressaltou Doriva. Em campo, sempre desacreditado, o Vasco não engrenou, não convenceu, mas, com uma defesa sólida, deu liga.

A eficiência falou mais alto e os resultados falam por si. Desde 2002 que o Vasco não vencia seus três principais rivais em um mesmo Estadual, acabou com jejum de três anos sem vitória contra o arquirrival Flamengo e está prestes a completar sua obra-prima

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