Por edsel.britto
Rio - Vasco e Flamengo fazem clássico bilíngue, hoje, às 17h, em São Januário. O uruguaio Martín Silva, o paraguaio Julio dos Santos e o colombiano Riascos, do lado cruz-maltino, e o peruano Guerrero e o argentino Mancuello, pelos rubro-negros, são os responsáveis pelo sotaque deste capítulo da rivalidade entre os dois clubes. 
São poucas e inflacionadas as opções no mercado doméstico da bola. Por isso, os clubes brasileiros têm olhado com muito mais atenção para os vizinhos sul-americanos. O Vasco não foi às compras em 2016. Mas, nos últimos dois anos, criou uma base na qual nem todos falam a mesma língua.
Riascos e Guerrero comandam os ataques de Vasco e Flamengo no clássico deste domingoPaulo Fernandes/Vasco.com.br/Divulgação e Gilvan de Souza/FlaImagem/Divulgação

Martín Silva chegou em 2014 e resolveu problema que parecia crônico no gol vascaíno. Já Júlio dos Santos e Riascos, que vieram em 2015, começam a se firmar apenas agora em São Januário. Três contratações sem custos para o clube.

“Ele (Julio dos Santos) vem fazendo tudo que precisamos como primeiro volante, até mesmo quando a gente joga no 4-2-3-1. Tanto ele quanto o Andrezinho cumpriram muito bem a função de primeiro volante e a saída de bola vem sendo ótima”, afirma o técnico Jorginho.

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Se o Vasco economizou, o Flamengo encontrou peças escassas no Brasil, mesmo para quem tem dinheiro para gastar. O centroavante Guerrero custará ao final do contrato de três anos cerca de R$ 41 milhões ao clube, entre salários e luvas. Já para ter Mancuello, contratado do Independiente de Avellaneda, a diretoria pagou R$ 12 milhões por 90% dos seus direitos.
“Mancuello é inteligente, sabe se posicionar e fazer a leitura do jogo. Vai ser importante na sequência do campeonato”, diz Muricy.
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BANDEIRA IRONIZA EURICO
No sábado, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, voltou a esquentar a briga de bastidores por causa da escolha de São Januário como local da partida. Na sexta-feira, para justificar a opção pelo estádio, o presidente vascaíno, Eurico Miranda, disse que havia explicado em português, e não em grego.
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“O Flamengo quis deixar bem claro que não tem responsabilidade nenhuma sobre o evento. E eu falei em português, não falei em russo”, provocou Bandeira, referindo-se à declaração polêmica de Eurico que, em 2015, disse que se mudaria para a Sibéria caso o Vasco fosse rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro.
MEMÓRIA: EM 2005, JOGO FOI MARCADO POR TUMULTO
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Vassco e Flamengo se encontraram pela última vez em São Januário pelo Campeonato Brasileiro de 2005, quando o Maracanã estava em obras para os Jogos Pan-Americanos de 2007. Naquele tarde do dia 22 de outubro, a Polícia Militar teve muito trabalho para conter a confusão na parte destinada à torcida rubro-negra. Banheiros destruídos, bombas apreendidas e algumas pessoas feridas.
Com a bola rolando, o Vasco venceu por 2 a 1 e deixou o Flamengo na zona de rebaixamento ao fim da 33ª rodada. Júnior Baiano tentou atrasar com o peito, fez contra e abriu o placar aos 5 do primeiro tempo — na súmula, o árbitro Domingos de Jesus Viana deu o gol para Wagner Diniz, que fez o cruzamento. Romário, aos 36, contando com o desvio da zaga, ampliou. No segundo tempo, o paraguaio Tigre Ramirez diminuiu, aos 21. Os dois clubes já se enfrentaram 39 vezes em São Januário. Foram 18 vitórias dos anfitriões, dez dos rubro-negros e 11 empates.
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VASCO: Martín Silva, Madson, Jomar (Rafael Vaz), Rodrigo e Julio César; Nenê, Julio dos Santos, Mateus Pet e Andrezinho; Jorge Henrique e Riascos.
FLAMENGO: Paulo Victor, Rodinei, Wallace, Juan e Jorge; Willian Arão, Marcio Araujo e Mancuello; Marcelo Cirino, Emerson Sheik e Guerrero.