Rio - O Campeonato Carioca era importante para dois veteranos e espetaculares goleiros: Jefferson, do Botafogo, e Julio Cesar, do Flamengo. Maior ídolo no atual elenco alvinegro, Jefferson superou um longo período parado em recuperação de duas cirurgias no braço esquerdo e anunciou a aposentadoria ao fim desta temporada: queria um título.
Também ídolo no Rubro-Negro, Julio Cesar voltou ao clube pelo qual foi revelado num projeto especial para se aposentar. Foi inscrito só para jogar o Carioca. E o plano da diretoria era claro: conquistar o título, num roteiro que, para os cartolas, parecia perfeito, sem erro.
Só que aí Jefferson virou personagem central, ganhou o protagonismo. No clássico entre as duas equipes na semifinal do Carioca, com Gatito Fernández na seleção do Paraguai, foi titular e brilhou em campo, protagonista de uma vitória suada e espetacular por 1 a 0, no Maracanã. Do banco do time rival, Julio Cesar acompanhava tudo, impotente, tendo participado de apenas 90 minutos da competição, contra o Boavista, em Volta Redonda. Acabaria ali a carreira, daquela forma melancólica?
Como solução, a diretoria do Flamengo resolveu descumprir a promessa e usá-lo no Campeonato Brasileiro. Vai se despedir no Maracanã, diante do América-MG, dia 21 de abril. Justa homenagem. No entanto, a taça e o protagonismo no Carioca ficaram com o campeão Jefferson, também herói do título. "Fico feliz por ter podido ajudar. A minha final foi contra o Flamengo. É meu último ano e consegui levantar a taça", declarou. O futebol não aceita histórias escritas fora dos gramados.
