Por ulisses.valentim
São Paulo - A Odebrecht, construtora responsável pelas obras do estádio do Corinthians em Itaquera, divulgou na tarde desta terça-feira um comunicado no qual informa que a caixa-preta do guindaste que causou um acidente no local no dia 27 de novembro não armazenou qualquer registro das atividades realizadas no dia do acidente.
No texto, a empresa diz ter recebido com "estranheza e perplexidade" a informação, que recebeu do Ministério do Trabalho. O Ministério, por sua vez, recebeu a informação da empresa alemã Liebherr, fabricante do equipamento.
Acidente deixou mortos e atrasou andamento das obras na Arena CorinthiansReprodução Internet

Sem as informações que as autoridades esperavam obter na análise da caixa-preta, nenhuma novidade pode ser acrescentada às investigações conduzidas pela Polícia Civil. Seria possível, por exemplo, esclarecer se houve erro humano, falha do equipamento ou uma eventual anomalia no solo do terreno.

Publicidade
Ao final do comunicado, a Odebrecht cobra da fabricante do guindaste um esclarecimento público sobre os motivos pelos quais as informações não ficaram gravadas na caixa-preta, para "dar a devida satisfação às famílias das vítimas, à sociedade brasileira e às autoridades que investigam o acidente".
Confira abaixo a íntegra do comunicado da construtora:
Publicidade
"Por intermédio de comunicado recebido do Ministério do Trabalho e Emprego, a Odebrecht Infraestrutura tomou conhecimento ontem, dia 27 de janeiro, que a empresa Liebherr, fabricante do guindaste envolvido no acidente que culminou na morte de dois trabalhadores e danificou parte da fachada leste da Arena Corinthians, no último dia 27 de novembro de 2013, informou àquele órgão que a caixa preta do referido equipamento não teria armazenado quaisquer registros do dia do acidente.
Ressalte-se que o dispositivo deveria registrar todas as etapas da operação, tendo sido retirado por técnicos do próprio fabricante e levado à Alemanha no início de dezembro passado, justamente para se fazer a leitura dos dados de operação e funcionamento do guindaste. Causa-nos profunda estranheza e perplexidade essa alegação, uma vez que tais registros poderiam esclarecer se houve eventual erro humano, e/ou eventual falha do equipamento e/ou eventual anomalia no comportamento do solo naquela operação de içamento da última peça da cobertura do estádio.
Publicidade
A Odebrecht espera, assim, que o fabricante venha a público prestar esclarecimentos técnicos a respeito do ocorrido, bem como dar a devida satisfação às famílias das vítimas, à sociedade brasileira e às autoridades que investigam o acidente".