Por pedro.logato

Rio - Poucos jogadores enfrentaram desafios tão difíceis em uma Copa do Mundo e deram conta do recado tão bem. Amarildo é um deles. Atacante habilidoso, com faro de gol, ele teve a ingrata missão de substituir Pelé, contundido, em 1962, no Chile. Quatro jogos e três gols depois, não só a cumpriu com sucesso como, ao lado de Garrincha, Didi, Nilton Santos e outros craques, ergueu a taça do bicampeonato para o Brasil. Cinquenta e dois anos depois, esse campista, de 74 anos, mantém a paixão pelo futebol, mas teme pelo futuro da Seleção na busca pelo hexa.

“Exceto Neymar, que não é tudo o que dizem dele, nós não temos mais um craque capaz de brilhar, de fazer a diferença. De 58 a 70, podíamos formar três seleções só de craques. Hoje, não conseguimos reunir 11 jogadores fora de série”, diz Amarildo. Mas sua maior apreensão atende pelo nome de Fred, que luta para entrar em forma.

Amarildo foi um dos melhores jogadores no bicampeonato mundial de 1962Carlos Moraes / Agência O Dia

“Até agora não vi um atacante para substituí-lo. Fred não tem o seu Amarildo. Poderia ser Adriano, se estivesse em condições. Aliás, se Adriano estivesse bem, Fred seria seu reserva”, diz o Possesso. E ele manda um recado a Felipão: “Hoje temos apenas jogadores esforçados. Acredito no hexa, mas eles terão que jogar o máximo que podem em todos os jogos. Felipão terá que saber tirar tudo deles. Senão...”

FÚRIA À BRASILEIRA

O técnico Vicente del Bosque convocou ontem a Espanha para o amistoso com a Itália, quarta-feira, em Madri. Na lista, a presença de dois brasileiros: o atacante Diego Costa (Atlético de Madrid) e o meia Thiago Alcântara (Bayern de Munique). “Estou feliz com a convocação. É um jogo especial, já que será no Vicente Calderón (estádio do Atlético)”, disse Diego.

MICAÇO DO UNITED

O Manchester United está mal no Campeonato Inglês, mas já ganhou o título de constrangimento da temporada. Ontem, o clube inglês publicou em seu Twitter uma mensagem parabenizando o atacante Juan Mata pela convocação para a seleção espanhola. Só que ele não estava na lista de Del Bosque. O texto foi apagado do site somente horas depois do mico.

A REVOLUÇÃO QUE NÃO EXISTIU

Impossível não associar o nome de Cuba à imagem do revolucionário Che Guevara e do eterno líder Fidel Castro, que há décadas dá as cartas na ilha. Porém, muitos anos antes da tomada do poder, o país ensaiou seus primeiros passos no futebol em alto nível. Mas essa revolução jamais aconteceu.

EUA, Colômbia, Costa Rica, México, El Salvador e Guiana Holandesa (atual Suriname) desistiram das eliminatórias e a Fifa não teve muita escolha na hora de empurrar um convite para o representante das Américas do Norte e Central na Copa de 1938.

Apesar de os livros registrarem a prática do futebol no país desde 1911, os cubanos sempre preferiram o beisebol. Uma prova é que a comissão técnica só conseguiu reunir 15 jogadores para mandar à França.

Na Europa, os ‘Leones del Caribe’ surpreenderam. Empataram em 3 a 3 com a Romênia e, no jogo-desempate, venceram por 2 a 1. Nas quartas de final, porém, a revolução foi atropelada: 8 a 0 para a Suécia.

Fato é que Cuba jamais voltou a disputar um torneio de alto nível. Em Jogos Olímpicos, foram duas participações (1976 e 1980). Nas Eliminatórias para a Copa deste ano, a ilha — 98º lugar no ranking da Fifa — foi eliminada na terceira fase, com um ponto em seis jogos.



Coluna de Flávio Almeida e Alysson Cardinali

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