Por pedro.logato

Rio - Álbuns de figurinhas e futebol fazem uma tabelinha de sucesso no Brasil desde os anos 1920. No início do século passado, as estampas Eucalol já eram disputadas pela garotada e hoje elas são artigos raros, valiosíssimos. No entanto, o primeiro álbum sobre o Copa do Mundo no Brasil veio apenas em 1950. Patrocinado pela fábrica paulistana de doces.

A Americana, a publicação, curiosamente, só chegou às bancas dois meses depois do Mundial — alguns cromos traziam imagens de jogos. Como naquela época ainda não existia uma lei consolidada sobre direitos autorais envolvendo a Fifa e as editoras, os álbuns eram publicados de acordo com a vontade das empresas, e não seguiam um padrão. Os jogadores, acreditem, não recebiam nem um centavo sequer pelo uso de suas imagens.

Coleção de figurinhas da Copa do Mundo está fazendo sucessoReprodução Internet

Em 1982, por exemplo, a versão brasileira do álbum foi patrocinada por uma marca de chicletes. Para obter as figurinhas, só mascando muita goma para completar a coleção. A editora italiana Panini, com sede na cidade de Modena e que detém atualmente os direitos de produzir os cromos, só entrou no mercado brasileiro na Copa de 1990, quando as figurinhas ainda não eram autocolantes.

Com que roupa eu vou à Copa?

A camisa rubro-negra da Alemanha — uma homenagem sob encomenda para ganhar a torcida do Flamengo — não é novidade alguma. O que hoje é visto como estratégia de marketing, já foi adotado por muitas seleções. Até mesmo de maneira desproposital.

Na Copa de 1934, na Itália, a Áustria decidiu o terceiro lugar com a Alemanha. Como os dois uniformes eram idênticos (camisa branca, calções e meiões negros), os austríacos pegaram emprestada a camisa azul claro do Napoli para ter a torcida da casa. Não deu muito certo e os alemães venceram por 3 a 2.

Em 1950, no Brasil, México e Suíça se enfrentaram no Estádio dos Eucaliptos (demolido em 2012). Os mexicanos abriram mão da camisa grená e vestiram a listrada em azul e branco do Cruzeiro de Porto Alegre. Apesar do apoio dos gaúchos, deu Suíça: 2 a 1.

Na Copa de 1978, França e Hungria levaram para o estádio em Mar del Plata apenas camisas brancas. Os franceses tiveram de improvisar e usaram a camisa listrada em verde e branco do Kimberley. E venceram: 3 a 1.

Em 1990, a Costa Rica, que estreava em Mundiais, usou um uniforme igual a da Juventus para ganhar a torcida de Turim. Deu certo. Pelo menos até as oitavas de final, quando foi eliminada pela Tchecoslováquia.


Coluna de Alysson Cardinali e Flávio Almeida

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