Rio - Givanildo é fã de Hulk desde pequeno. A sua força em campo provoca inveja nos homens e suspiro nas mulheres por causa do bumbum avantajado. Na primeira semana de treinos da seleção brasileira, ele marcou um golaço, deu passes açucarados e quando foi para o time reserva, em vez de desanimar, melhorou o desempenho dos companheiros. Ontem, contra o Panamá se destacou de novo, fez gol, e quando a torcida gritou seu apelido, o adversário reclamou:
“Foi um lance do primeiro tempo, ali no fundo, a torcida começou a gritar ‘Hulk, Hulk, Hulk’. Ele interpretou que era contra ele e falou: ‘Eles estão gritando, mas tem muitos negros aqui também’. Aí eu falei: ‘Não, não é racismo, aqui não tem isso. Eles estão gritando Hulk, Hulk, Hulk’. Ele pediu desculpas e falou que interpretou errado. Eu disse: ‘Não tem problema, jamais isso aconteceria aqui na Seleção’”, contou o jogador, que comemorou dançando a música ‘Gostosão do momento’, do amigo Yegor Gomez.
O meia-atacante não tem o hábito de ser bem-vindo. Ele era um ilustre desconhecido em 2009 quando Dunga o convocou pela primeira vez para a seleção brasileira. Para alguns, seria só mais um Afonso Alves, um atacante que atuava no Heerenveen no pouco competitivo campeonato holandês e que não se firmou. Mas com Felipão virou titular e peça-chave.
Sua chegada ao Porto, em 2008, vindo do Japão, foi cercada de frustração. Os diretores do clube português prometeram um grande reforço e a torcida pensou que seria Ronaldo Fenômeno, na época saindo do Milan.
Quatro anos depois, Hulk deixou o time português rumo ao Zenit, da Rússia, por incríveis 60 milhões de euros, com quatro títulos portugueses e uma Liga Europa, além de 74 gols marcados. Na Rússia, enfrentou os companheiros que não aceitavam seu supersalário. Venceu o frio e a torcida racista para ser taticamente um dos jogadores mais importantes da seleção brasileira na Copa das Confederações, embora seus compatriotas torcessem a cara.
“Não digo que sou mais conhecido hoje, mas o trabalho está sendo mais reconhecido. A torcida é nosso 12º jogador, ela nos ajuda e empurra em campo”, disse o paraibano de 27 anos.
Assim como o personagem que não consegue ser domado após a transformação, Givanildo, ou Hulk como prefere, é difícil de ser parado quando vai em direção ao gol. Sorte de Felipão.