Rio - Diego Maradona criticou duramente a punição da Fifa ao uruguaio Luis Suárez, a qual classificou como “criminosa”, e disse que a entidade poderia muito bem algemar o atacante e trancá-lo na prisão de Guantánamo. "Quem Suárez matou?", indagou Maradona no programa de futebol em que comenta, transmitido no canal de TV venezulano Telesur e na TV pública argentina na noite de quinta-feira.
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“Isto é futebol, é jogo de contato. Deviam algemá-lo e levá-lo para Guantánamo de uma vez por todas”, ironizou, citando a polêmica prisão dos Estados Unidos em Cuba, que é muito criticada por grupos de direitos humanos pelas detenções por tempo indefinido de muitos presos sem acusação nem julgamento.
Maradona, conhecido por suas declarações extravagantes, ecoa a revolta no Uruguai, onde muitos estão furiosos com uma punição que veem como exagerada. Por ter mordido o ombro do zagueiro italiano Giorgio Chiellini, na terça-feira, em jogo que valeu a classificação do Uruguai para as oitavas da Copa do Mundo, Suárez foi suspenso por nove partida oficiais da Fifa, não poderá exercer qualquer atividade relacionada ao futebol durante quatro meses e a Federação Uruguaia ainda terá de pagara uma multa equivalente a R$ 250 mil.
“Se ele cometeu um erro, tudo bem, deveriam puni-lo, mas não exagerar, não deveriam ser moralistas”, afirmou o argentino, que chegou a mostrar uma camisa com os dizeres “Estamos com você Luisito" no final do programa.
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O presidente do Uruguai, José Mujica, telefonou ao programa e também criticou o que viu como manobra para enxotar o Uruguai do torneio, no qual muitos pesos-pesados europeus fracassaram. "Eliminamos a Itália, eliminamos a Inglaterra, quanto dinheiro se perdeu nisso?”, indagou Mujica. “Somos o Uruguai, somos muito pequenos. Saiu barato (para eles)”, completou.
Para o presidente, os europeus não conseguem entender o estilo duro e ‘de rua’ de Suárez. “Jogadores incríveis muitas vezes nascem no coração da pobreza”, disse Mujica. “Eles não o entendem porque não querem, e porque nasceram em outra sociedade com outros recursos”, ressaltou.
