Salvador - Um herói surpreendente. Krul saiu do banco para garantir a classificação da Holanda para a semifinal. O goleiro reserva foi o responsável por defender a Laranja na disputa por pênaltis e salvou a equipe europeia defendendo a cobrança de Bryan Ruiz e Umaña. Um protagonista inusitado na Arena Fonte Nova. A partida, em si, foi dura. Um jogo de 120 minutos que não saiu do zero. Mas foi não por falta de tentativas. O destaque da Costa Rica ficou por conta do goleiro Navas e o compacto sistema defensivo armado pelo técnico Luis Pinto, mas nada que evitasse o brilhantismo do camisa 23 da Holanda. Um herói que ninguém poderia imaginar.
FOTOGALERIA: Holanda vence nos pênaltis com o brilhantismo do goleiro reserva
Agora, o compromisso já está marcado. O próximo duelo vale uma vaga na grande final da Copa do Mundo e o desafio é intenso. A partida da semifinal acontecerá às 17h de quarta-feira, na Arena Corinthians. Os adversários são os temidos argentinos, comandados por Lionel Messi.
Sensação da Copa do Mundo, a Costa Rica se despede de maneira digna e invicta. E teve chance de derrubar a poderosa Holanda.
A Holanda começou a partida mais ofensiva. Controlando as ações do jogo, os europeus tinham mais posse de bola e buscavam o ataque com mais intensidade. A Costa Rica, por sua vez, apostava no encaixado sistema defensivo e esperava um erro da Laranja para se projetar aos contra-ataques.
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A posse de bola era a maior arma holandesa. Tranquila em campo, a Laranja administrava o jogo e seguia trabalhando para evitar qualquer ação de ataque da Costa Rica. Sempre ágil, Robben era a válvula de escape dos ataques holandeses. O camisa 11 não se limitava a atuar apenas pelo lado direito e era solução para muitos ataques até mesmo pela ponta esquerda.
Nas arquibancadas, um grito verde e amarelo roubou a cena. Mesmo empolgados com o duelo entre Holanda e Costa Rica, os torcedores não perderam a oportunidade e também homenagearam Neymar. Fora da Copa em razão de uma fratura em uma vértebra lombar, o craque brasileiro foi saudado na Fonte Nova com os gritos de "olê, olê, olê, olá... Neymar, Neymar".
O trio Bolaños, Bryan Ruiz e Campbell chamou a atenção ao ensaiar a primeira grande jogada de ataque costarriquenha. Pela direita, o camisa 9 deu bom passe, mas acabou vendo a jogada não ser concluída após o zagueiro De Vrij cortar o cruzamento adversário. A Holanda respondeu muito bem, mas viu o goleiro Keylor Navas evitar o primeiro gol do jogo nos chutes de Van Persie e Kuyt.
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Um vacilo da zaga costarriquenha fez a Holanda chegar novamente com perigo ao ataque. Robben aproveitou o mole adversário e arrancou. Após cruzar pela direita, nenhum companheiro conseguiu alcançar a bola, que foi para fora. Amadurece cada vez mais o gol da Laranja na Fonte Nova, o estádio onde a rede mais foi balançada na Copa do Mundo.
O lance que mais assustou o goleiro Cillessen foi aos 32 minutos. Uma bola alçada na área acabou em bate-rebate e quase foi problema para a Holanda. No contra-ataque, Robben acabou parado com falta para evitar o perigo de gol para a Costa Rica. Foi também numa cobrança de falta que Sneijder quase abriu o placar, mas o goleiro Navas foi heroico e salvou o chute no ângulo direito.
Bastante compacta, a Costa Rica se segurava e evitava o maduro gol da Holanda. Brilhando, Navas terminou o primeiro tempo como maior destaque, enquanto a zaga, mesmo com alguns vacilos, conseguiu segurar bem o forte ataque holandês.
O segundo tempo também começou agitado e a Costa Rica até se arriscou mais ao ataque do que no início do primeiro tempo. A Holanda, no entanto, chegava com mais intensidade e velocidade. Numa boa falta pela ponta direita, Robben cobrou rasteiro para Sneijder, mas o camisa 10 acabou mandando longe do gol costarriquenho.
Campbell ainda teve uma boa chance aos 15 minutos do segundo tempo, mas a Holanda voltava a controlar todas as ações do jogo. Poder laranja tomava conta da Fonte Nova.
Se a Holanda não conseguia furar a zaga costarriquenha, o jogo acabou fazendo a equipe de Van Gaal ter mais atenção na defesa. A Costa Rica passava a se soltar um pouco mais para o jogo e conseguia chegar com certo perigo nas cobranças de faltas que conquistava na intermediária. O técnico Luis Pinto resolveu fazer uma substituição surpreendente. Aos 22 minutos, o craque Campbell foi sacado do time para a entrada do também centroavante Ureña. Mesma tática, mas sangue novo para a Costa Rica.
A primeira mudança da Holanda é focando ainda mais o ataque. Lens foi a aposta de Van Gaal para levar o jogo ainda mais para as pontas do campo em Salvador. A torcida foi à loucura aos 36 minutos. Uma falta no bico da grande área deu aos holandeses outra grande chance de abrir o placar. Sneijder voltou a preparar a cobrança e acabou acertando a trave de Navas. Pressão total da Holanda.
No lance seguinte, Navas voltou a brilhar. Um chute à queima-roupa e uma defesa brilhante do goleiro costarriquenho. Se segura de todos os jeitos a Costa Rica. Mas foi aos 42 minutos que a Holanda perdeu a melhor chance do jogo. Sneijder fez boa jogada e cruzou da esquerda. Van Persie, na entrada da pequena área, tentou usar o pé direito para finalizar, mas a perna realmente não é a boa e o canhoto acabou furando.
No último lance mais uma grande chance para a Holanda, mas o goleiro Navas evitou o gol. No lance seguinte, até a trave garantiu o empate no tempo normal. Tejeda salva em cima da linha e a bola explode no travessão para evitar o gol holandês.
A prorrogação começou do mesmo modo que o restante da partida: a Holanda no ataque. O primeiro bom lance foi logo aos três minutos e Navas evitou o gol da Laranja mandando para escanteio. Após a cobrança, um bate-rebate assustou os costarriquenhos, mas a bola saiu pela linha de fundo novamente, mas o goleiro da Costa Rica ficou caído na área. E o resto da primeira etapa foi toda assim: Holanda no ataque, mas nada do gol sair.
O segundo tempo da prorrogação reservou muita adrenalina na Fonte Nova. A Holanda continuou buscando o ataque, mas a Costa Rica surpreendeu e chegou com perigo perto do gol holandês. O goleiro Keylor Navas chegou a salvar os costarriquenhos com uma bela defesa e nem mesmo Huntelaar, que entrou no intervalo do tempo extra, conseguiu marcar o gol da Laranja. O fim de jogo foi intenso e a Costa Rica que passou a chegar com mais perigo. O goleiro Cillessen fez grande defesa para evitar o gol de Ureñas. Mas o lance de maior adrenalina foi da Holanda. Um chute no travessão marcou a última grande jogada na Fonte Nova. Tudo igual e decisão nas penalidades. No último minuto, uma surpresa: Van Gaal tira o goleiro Cillessen e coloca o reserva Krul em campo. O jogo será decidido nas penalidades...
DISPUTA POR PÊNALTIS
Borges bate no canto esquerdo do goleiro e anota o primeiro da Costa Rica. Van Persie é o primeiro cobrador da Holanda e bate perfeitamente para deixar tudo igual. Bryan Ruiz bate mal e Krul defende. Robben solta a bomba e coloca a Holanda em vantagem. González é o terceiro batedor da Costa Rica e faz o segundo costarriquenho, mas Sneijder volta a marcar pela Holanda.
É reta final... Bolaños bate fortemente e faz para a Costa Rica, mas Kuyt também anota para a Holanda. Na cobrança que deixaria os costarriquenhos vivos em caso de gol, Krul brilhou novamente e garantiu a classificação da Laranja.
FICHA TÉCNICA
Holanda 0(4)x0(3) Costa Rica
Estádio: Fonte Nova (Salvador)
Árbitro: Ravshan Irmatov (Uzbequistão)
Público: 51.179 presentes
Gols: -
Cartão amarelo: Díaz, González, Acosta e Umaña (Costa Rica); Martins Indi e Huntelaar (Holanda)
Cartão vermelho: -
Holanda: Cillessen (Krul), Depay (Lens), Vlaar, De Vrij, Blind; Martins Indi (Huntelaar), Wijnaldum, Kuyt, Sneijder; Robben, Van Persie. Técnico: Van Gaal
Costa Rica: Keylor Navas, Gamboa (Myrie), Acosta, González, Umaña, Júnior Díaz. Tejeda (Cubero), Celso Borges, Bolaños, Bryan Ruiz; Campbell (Ureña). Técnico: Luis Pinto.
