Por rafael.arantes

Rio - O medo de que o fracasso se repetisse aconteceu. Os brasileiros choram, novamente, uma tragédia em Copa do Mundo dentro de casa. Na repetição da final de 2002, a Alemanha deu o troco no Brasil. O país do futebol amarga uma nova decepção em Mundial. Após 64 anos, a ferida não cicatrizou. E está ainda maior.

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A eliminação dos comandados de Felipão pode ser analisada sobre a perspectivas de alguns erros e problemas: a pressão do "fantasma de 1950", tendo a obrigação de conquistar o título em solo brasileiro, o peso nas costas e contusão de Neymar, de apenas 22 anos, além dos problemas no meio de campo, a falta de variação tática, opções no banco e um camisa 9 decepcionante.

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Confira as principais falhas

Pressão

A seleção brasileira iniciou a Copa do Mundo buscando espantar a frustração da Copa do Mundo de 1950, quando perdeu a final para o Uruguai, por 2 a 1, de virada, no Maracanã abarrotado de pessoas, na tragédia conhecida como Maracanazo. Na primeira fase, soube lidar bem com o perigo de atuar em casa. O sofrimento aumentou no mata-mata. O lado psicológico se mostrou abalado, como no choro contra o Chile. Nas quartas, contra a Colômbia, a contusão de Neymar assustou. O golpe fatal foi contra a Alemanha: nova decepção em casa.

Neymardependência

O que seria da seleção brasileira sem Neymar? Este era um dos principais questionamentos antes e durante o Mundial. O camisa 10 era o principal astro da equipe formada por Felipão. Dentro de campo, o atacante correspondeu. Foi fundamental nas vitórias sobre Croácia e Camarões. No entanto, o aviso já havia sido feito no duelo diante do México, pela segunda rodada, em que o Brasil amargou um 0 a 0. Bem marcado, Neymar pouco produziu. Sem ele, a Seleção penou e não conseguiu superar a defesa mexicana. Contra o Chile, o mesmo panorama. Neymar cercado e baixo ímpeto ofensivo. Nenhum outro atleta conseguiu chamar a responsabilidade e a vaga veio graças ao brilho de Julio Cesar. Diante da Colômbia, uma joelhada tirou o craque na Copa. Contra a Alemanha, a Seleção não resistiu sem o camisa 10.

Brasil perde para a Alemanha e dá vexame no MineirãoReuters

Falta de opções

No papel, a Seleção possuía um elenco qualificado. A convocação para a Copa Brasil quase não sofreu questionamentos da imprensa e da torcida. Contudo, quando foram exigidos, os reservas não conseguiram brilhar. Bernard, Willian, Ramires, Hernanes e Jô. A menção honrosa fica para Fernandinho, que marcou o quarto gol da goleada sobre Camarões por 4 a 1. E deu uma dinâmica diferenciada ao time quando esteve em campo. Porém, não foi a solução.

Time 'engessado'

A bela campanha na Copa das Confederações acabou não se repetindo. Como o Brasil chegou cercado de desconfiança para disputar a competição de 2013, Felipão pôde usar o elemento surpresa. Encaixou o time. Conseguiu vitórias expressivas sobre Itália, Uruguai, e Espanha e consequentemente levantou a taça. A partir deste momento, o treinador tinha sua equipe ideal: Julio Cesar, Daniel Alves, David Luiz, Thiago Silva e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho, Oscar; Hulk, Neymar e Fred. Os mesmo jogadores entraram em campo na Copa do Mundo, só que sem o elemento surpresa. Estudado pelas seleções que enfrentou, Scolari não conseguiu dar uma variação tática ao time para surpreender os concorrentes. Paulinho não era o mesmo, pecava tanto no ataque, quanto na defesa. Daniel Alves e Marcelo deixavam espaços e Fred não balançava a rede. A única medida foi variar quem jogava pelas pontas, mas sempre no 4-2-3-1.

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Problema no meio de campo

Scolari não conseguiu "consertar" o meio de campo estático, de pouca movimentação, com ligações diretas entre zaga e o ataque, para correria de Neymar, Hulk e Fred. Sem criação e marcação eficientes, a Seleção caiu para a Alemanha.

Homem-gol decepciona

Fred garantiu o posto de titular do Brasil na Copa das Confederações. Porém, pouco brilhou na Copa do Mundo. O atacante foi pouco participativo no Mundial. Tal qual na Copa das Confederações, Fred conviveu com críticas. Porém, agora, não conseguiu dar a volta por cima.

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