Por felippe.franco

Rio - De cartas fora do baralho a protagonistas da atual seleção brasileira.Assim podem ser analisadas as trajetórias do goleiro Júlio Cesar e do atacante Fred, na era Luiz Felipe Scolari. Preteridos pelo ex-comandante Mano Menezes, a dupla renasceu das cinzas com Felipão e foi determinante na dramática classificação para a final da Copa das Confederações contra o Uruguai. Hoje, na decisão contra a Espanha, eles esperam comandar a primeira conquista brasileira no novo Maraca.

“Ouvi de alguns especialistas que sou cabeça dura. Sou, porque acredito nos jogadores que convoco. Fred tem me dado tudo aquilo que preciso de um centroavante”, disse Felipão, orgulhoso após o atacante marcar dois gols contra a Itália. Gols que comprovaram o seu bom rendimento com o treinador. Nas oito vezes em que foi titular com Felipão, o atacante marcou sete gols. Mais do que o dobro que fez com Mano. Foram apenas três nos dois anos e meio em que trabalhou com o antigo chefe.

Fred comemora gol em partida da Copa das ConfederaçõesAndré Luiz Mello / Agência O Dia

“Deixei claro publicamente que não me dava bem com ele (Mano).Mas nunca teve nenhum tipo de sacanagem. Ele não gostava de jogar com centroavante”, desabafou o atacante durante a Copa das Confederações.

Com o goleiro Júlio César a rejeição de Mano Menezes foi ainda maior. Após falhar contra a Holanda, na semifinal da Copa do Mundo de 2010, passou a ser visto com desconfiança. Mesmo assim, atuou em 11 jogos, incluindo a Copa América de 2011. Mas após falhar na vitória do Brasil sobre a Bósnia, por 2 a 1, ano passado, não foi mais lembrado.

“Depois da Copa de 2010, o outro estafe técnico teve dificuldade para montar uma seleção. Com a mudança no estafe técnico, agora fizeram um excelente trabalho. Os jogadores estão fazendo tudo o que a comissão técnica quer”, alfinetou o goleiro, que foi decisivo na semifinal contra o Uruguai quando defendeu um pênalti de Fórlan, quando o jogo estava empatado em 0 a 0.

Julio Cesar em treino da seleção brasileiraAndré Mourão / Agência O Dia

Titular em nove jogos com Felipão, Júlio César corre atrás de outras marcas e conquistas no estádio que o consagrou. Ele tinha apenas 17 anos quando estreou com a camisa rubro-negra ,na derrota de 2 a 0 para o Fluminense, em 1997. Da estreia até a decisão de hoje foram 113 jogos no templo maior do futebol.“Vai ser muito legal decidir esse título no Maracanã, onde tudo começou".

Com a bênção de todas as torcidas, os dois jogadores, como a fênix, pássaro da mitologia grega que ressurgia das cinzas, esperam hoje conduzir a seleção a voos maiores.

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