Com passagens também por grandes clubes do exterior, como Sporting Lisboa e Boca Juniors, Bruno não esconde o sentimento especial de estar defendendo o time do coração. Em conversa com O DIA, o jogador revelou o carinho pelo Flamengo e toda a ligação com o Rubro-Negro, além de ressaltar as boas condições de trabalho oferecidas pelo clube da Gávea, fato visto como primordial pelo atleta para uma evolução ainda maior do Beach Soccer.
Confira, na íntegra, a entrevista com Bruno Malias:
O DIA: Como se sente tendo sido campeão e eleito o melhor jogador da Copa Brasil?
Bruno Malias: É muito legal. No esporte cada emoção é diferente, cada ano é um ano, cada momento tem sua essência. Já joguei em times importantes e também foram fases muito especiais. Mas em Manaus foi diferente, a atmosfera que envolve o Beach Soccer lá é outra. Foi muito bom mesmo.
Como foi defender o clube do coração?
É engraçado te responder isso, ser campeão pelo Flamengo é incrível. Fiz minha estreia pelo clube neste campeonato mas sempre fui rubro-negro. Participava do lado de fora, nas arquibancadas, e foi fácil participar dentro também. Acima de tudo sou rubro-negro. Nasci e cresci na Tijuca, ia para o Maracanã com meu pai, sou um cara da torcida. Eu vivia aquilo tudo, estava sempre na arquibancada e isso é incrível. Ao jogar no Flamengo você tem que lutar, o resto flui naturalmente.
E a sensação de estar de volta à Seleção após o corte de janeiro?
Bom, tive uma lesão no púbis e fiquei em tratamento nos meses finais do ano passado. Quando voltei, já convocado, acabei voltando a sentir. Lembro bem do primeiro dia em que fui no treinamento e acabei sentindo novamente. Eu tentei estar no grupo, lutei por uma semana, mas foi complicado. Estava mal fisicamente e não tinha condições, mas agora é diferente. Estou bem, querendo estar dentro. Estou treinando e quero muito estar ali. Sei qual é o meu lugar.
Como você vê a evolução do Beach Soccer pelo mundo?
O Beach Soccer tem vinte anos de existência e é um esporte que possui enormes possibilidades, visto que hoje estamos a um passo das Olimpíadas. Esta visibilidade fora de campo é importante demais. Essa comparação do exterior com o Brasil é interessante. Lá fora já disputei o campeonato Italiano, Russo, Português.. Dá para ver que é um esporte em constante desenvolvimento, tem tudo para crescer ainda mais.
O público adora. Aqui no Brasil só temos este campeonato (Copa Brasil) e esperamos que existam mais, o Beach Soccer é muito bem recebido sempre. Mas a visibilidade dos torcedores é a mesma tanto aqui quanto lá fora. Só este evento de Manaus que tem um diferencial maior, a galera de lá gosta muito. Na Itália eles curtem bastante também, já na Rússia é mais recente, ainda não são muitos clubes disputando. No geral, o cenário é bastante positivo.
O que pensa sobre a estrutura dos clubes brasileiros?
O clube entrar quer dizer dar estrutura para o atleta. Não adianta o clube abraçar o esporte dando só a camisa para o time. O atleta precisa de estrutura de treinamento, assim como o Flamengo tem hoje. É preciso colocar uma equipe na praia, um departamento dentro do clube. Os clubes do Rio estão largando na frente quanto a isso. O Flamengo tem, Vasco e Botafogo também estão bem preparados. Temos mais alguns outros no Brasil, como o Rio Branco, Avaí, Sport, Sampaio Corrêa.. Mas é importante que exista esta preocupação. É fácil montar um time de aluguel. Pegar os melhores e fazer eles usarem a camisa, mas e o cara que está crescendo? E o que está evoluindo? Eles precisam de uma base.
Qual momento você considera o mais importante da carreira?
São muitos, costumo falar sempre da primeira e da última Copa, mas posso citar vários. Valorizo muito a experiência que tive ao atuar com o Romário, ter ele no mesmo grupo, foi muito bom. Mas acho que o importante mesmo é a caminhada, é você ser um cara correto. Nunca tive altos e baixos, sempre fui muito equilibrado, me cobro muito para isso. Quem sabe o ponto mais alto ainda está por vir (risos).
O sonho agora é ganhar da Rússia no Mundial (risos).