Rio - O ano do Flamengo é de renovação. Com uma nova diretoria, o time da Gávea tem em 2013 um cenário de reestruturação. Não houve grandes investimentos e sim uma tentativa de redução de custos e números. A série "O meu coração rubro-negro" escutou o cantor Dudu Nobre e viu o flamenguista admitir a espera pela chegada de um "verdadeiro camisa 10", posto atualmente ocupado pelo jovem Gabriel, e, de preferência, da contratação do atacante Robinho, do Milan.
"Um cara que eu gostaria de ver no Flamengo é o Robinho. Ele é um grande amigo que eu tenho, gosto muito dele, é uma pessoa muito bacana. Sei que ele tem esse desejo de jogar no Flamengo, torço muito por ele e acho que uma hora dessas ele vai pintar por aí, vamos ver... Se Deus quiser. É um cara completo, talentoso, não tenho dúvidas de que ele vai somar muito com o clube. Hoje essa questão do 'camisa 10' é relativa no Flamengo. Gosto do futebol do Gabriel, mas acho que a questão da 10 também foi um pouco pela posição que ele joga. Mas acredito que ano que vem vão vir novidades boas", comentou.
O lado fanático de Dudu Nobre, no entanto, não se sobrepõe às análises gerais feitas pelo cantor. Ao comentar a nova gestão da diretoria rubro-negra, o sambista se mostra bastante tranquilo quanto ao modelo "empresarial" implementado por Eduardo Bandeira de Mello e sua equipe. Segundo o músico, o pensamento do Flamengo passa a ser maior apenas a partir da próxima temporada, buscando apenas manter uma boa regularidade neste ano.
"Quem sabe onde o calo aperta é quem paga a conta. Essa nova gestão do Flamengo está adotando uma postura mais empresarial, a rapaziada entende bem e sabe o que está fazendo. É um momento de total reestruturação no clube, é preciso se equilibrar. Acho que no ano que vem teremos um forte investimento e no clube, em geral, não somente em futebol. Nesse ano a gente vai ficar ali no meio do Brasileirão, brigando por uma vaga na Sul-Americana e está tudo certo", comentou.
Se Dudu faz um balanço positivo sobre o atual comando do Flamengo, a análise sobre a gestão de Patrícia Amorim ainda acaba se deparando com alguns choques de pensamento. As boas intenções da antiga diretoria do clube não são questionadas pelo sambista que, no entanto, cita algumas ações do clube durante a antiga gestão como cruciais para toda a crítica que a ex-presidenta acabou recebendo.
"Gosto muito da Patrícia Amorim, acho que ela era uma pessoa muito bem intencionada, mas acabou tendo alguns alguns erros durante sua administração. No caso do Ronaldinho, por exemplo, quando a Traffic resolveu pular fora e deixar de pagar a parte que era referente a ela, o clube devia ter o chamado, explicado a situação e se comprometido a honrar com a parte que era possível. Dava para ter segurado o Ronaldinho no Flamengo, com certeza dava. Mas erros acontecem", analisou.
Dudu Nobre relembra momentos marcantes
O lado torcedor sempre foi um marco na vida de Dudu Nobre que, inclusive, já integrou uma das torcidas organizadas do clube. O cantor sempre acompanhou o time de maneira assídua e garante que mantém a postura fanática até os dias de hoje. Ao relembrar alguns dos grandes momentos que marcaram o Rubro-Negro, o músico afirma que poderia enumerar diversos, mas escolhe o histórico gol de Petkovic sobre o Vasco como o ápice de sua alegria no futebol.
"Lembro muito bem da campanha do título de 92, daquela semifinal no Sul, gol do Renato, isso marcou muito, mas são várias lembranças boas. O gol do Pet, aos 43, contra o Vasco... Esse foi incrível! Acho que foi uma das minhas maiores felicidades com o Flamengo. Eu tinha acabado de chegar de viagem, cheguei correndo para assistir ao jogo em casa e no finzinho foi tudo festa. Lembro também do jogo de despedida do Zico, que era um cara fantástico", disse Dudu, que ainda aproveitou para revelar como passou a acompanhar o time do coração ainda quando era bem jovem, após grande influência da família.
"Sou Flamengo desde moleque, desde pirralho, ía aos jogos com meu padrinho Wilson das Neves, que sempre ficou em cima com isso de futebol. Meu pai e minha mãe não eram muito ligados, mas ele era fogo. Frequentava às vezes com meu tio Luiz, e até com meu padrinho uma vez. Passei a ir sozinho quando tinha 12 anos, entrei para torcida e estava sempre lá. Sempre tem aquela brincadeira, aquela rivalidade, mas nunca gostei muito de zoar os outros, até porque não gosto de ser zoado (risos). Não dá para deixar de acompanhar, de ficar atento. É Flamengo né, querido?",
acrescentou.
Se o lado torcedor sempre tomou conta de Dudu Nobre, as questões profissionais também possuem grandes marcas rubro-negras. O músico comentou sobre alguns eventos do clube que já participou e ainda admitiu que se considera praticamente o "cantor oficial do hino do Flamengo":
"Já recebi muitos convites e já cantei em vários eventos. Sempre que tem algo na Gávea me chamam e eu vou na mesma hora. Brinco que eu sou o intérprete oficial do hino do Flamengo (risos). Já participei da chegada do Vagner Love, 100º Fla x Flu, eventos lá no Ninho, festa para a apresentação do Ronaldinho... É muita coisa", concluiu.
